Mais de um ano, após denúncias e mais denúncias, o polêmico diretor do Hospital Regional de Cáceres, José Esteves, deixou o cargo na última semana. Apesar das mais de 20 denúncias que são investigadas pelo Ministério Público Estadual, que vão desde abuso de poder a assédio moral, ele não foi demitido. Contudo, Esteves pediu demissão sob alegação de motivos pessoais, e, em seu lugar, assumiu o odontólogo cacerense Duda Barros, ex-deputado estadual.

Questionado sobre o porquê da permanência de José Esteves à frente do hospital, mesmo depois de tantas denúncias, como de assédio moral e uso da máquina pública para benefício próprio, o secretário de Estado de Saúde, Agostinho Moro, disse que não havia motivos para afastar Esteves, já que ninguém pode ser considerado culpado até que todas as investigações terminem.

O secretário diz que uma comissão de ética da Secretaria  de Saúde está apurando denúncias contra José Esteves e contra mais outros cinco servidores, e que esses outros cinco também não foram afastados e continuam trabalhando no hospital.

“A comissão está fazendo as oitivas e creio que em mais ou menos 60 dias devem concluir as investigações”, diz Agostinho. O secretário também afirma que um dos motivos que evitaram o afastamento de Esteves da direção do Hospital foi o caráter das denúncias apresentadas.

“Foram questões mais de ordem pessoal que funcional”, diz, explicando que teve denúncia de assédio moral, por exemplo, mas nenhuma de desvio de dinheiro da instituição.

No entanto, a reportagem do Olhar Direto já havia denunciado que Esteves usava o veículo do hospital para vir a Cuiabá todas as sextas-feiras para realizar atendimento em sua clínica. Além disso, o médico não cumpria com o número de consultas limitadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas ainda assim, recebia o valor equivalente a R$ 8 mil.

As reclamações sobre o comportamento agressivo do diretor são inúmeras dentre os funcionários do hospital. Muitos reclamavam de perseguição. Além disso, a promotoria de Cáceres precisou intervir por diversas vezes para que cidadãos cacerenses conseguissem atendimento no Hospital Regional.