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Sábado, 18 de maio de 2024

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Dilma se emociona e agradece a Palocci do 'fundo do coração'


Em discurso da posse da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) como ministra-chefe da Casa Civil, na tarde desta quarta-feira no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff afirmou estar emocionada e triste pela saída de Antonio Palocci. "Agradeço do fundo do meu coração, por tudo que ele fez, pelo governo, por mim, pelo Brasil", disse a petista.

"Eu estaria mentindo se dissesse que não estou triste. Tenho muitos motivos para lamentar a saída de Palocci", disse Dilma. Segundo ela, esses motivos são de ordem política, administrativa e de amizade. Ela destacou a atuação do ex-ministro em sua campanha e em sua capacidade de articulação política no governo, que ajudaram tanto ela como o governo.

"Assim como estou triste com a saída de um parceiro de lutas não posso deixar de afirmar que estou satisfeita com a solução que encontrei para assegurar a imediata continuidade do trabalho na Casa Civil. Um amigo deixa o governo e uma amiga assume em seu lugar", disse Dilma, em alusão à escolha de Gleisi para o cargo deixado por seu antecessor. "Um amigo deixa o governo e uma amiga assume em seu lugar", afirmou. Dilma afirmou que a substituta possui uma grande atuação técnica "será bem sucedida nessa importante função do governo".

Depois de citar programas lançados recentemente pelo governo, Dilma alertou a nova ministra do trabalho que terá pela frente: "Prepare-se, minha cara ministra Gleisi, nossos compromissos são ousados, como é o de manter a economia em crescimento, controlar a inflação, garantir a rigidez fiscal, criar mais e mais empregos, fortalecer nossa classe média, distribuir renda e, sobretudo, assegurar que um país rico é um país sem miséria."

Finalizou com as críticas à oposição, que cobrou e ainda cobra explicações de Palocci sobre o aumento do seu patrimônio. "É no jogo democrático que enfrentamos a oposição, quase sempre ruidosa, nem sempre justa. A pressão e as críticas são da regra democrática e não vão inibir a ação do meu governo. Jamais ficaremos paralisados por conta de embates políticos. Temos promessas a cumprir e vamos cumpri-las. O meu governo, o nosso governo, ministra gleisi, tem metas e vai alcançá-las", afirmou Dilma.

A segunda queda de Palocci
De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 15 de maio, semanas antes de assumir a chefia da Casa Civil Antonio Palocci (PT) comprou um apartamento em São Paulo por R$ 6,6 milhões. Um ano antes, ele havia adquirido um escritório na cidade por R$ 882 mil. Com os novos bens, o patrimônio do ministro teria se multiplicado 20 vezes em quatro anos. O ministro alegou que o lucro foi gerado por sua empresa de consultoria, a Projeto, dentro da legalidade e declarado à Receita Federal. No entanto, ele alegou que cláusulas de sigilo o impediam de revelar maiores detalhes sobre os contratos ou seus clientes.

Mas a onda de denúncias continuou. Na Câmara, o PSDB levantou suspeitas sobre a liberação rápida de cerca de R$ 9 milhões em restituição do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) logo após o primeiro turno das eleições de 2010 a uma empresa, a WTorre. Os valores, relativos aos anos-base 2007 e 2008, teriam sido liberados apenas um mês e meio após o pedido, em duas operações com diferença de quatro minutos entre uma e outra. Em contrapartida, segundo a oposição, a empresa teria financiado a campanha da presidente Dilma Rousseff no valor de R$ 2 milhões. A WTorre seria uma das clientes da empresa de Palocci.

Pressionado pela oposição e pela própria base para que apresentasse uma defesa em público, Palocci concedeu uma única entrevista sobre o tema. Na noite de 3 de junho, ele afirmou ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que sua empresa não atuou com contratos públicos. O ministro disse que trabalhou em fusão de empresas, mas que nunca junto ao Banco Central, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ou ao Ministério da Fazenda para resolver problemas das empresas que procuraram seus serviços.

A Procuradoria Geral da República solicitou explicações ao ministro, mas decidiu arquivar os pedidos de investigação por considerar que não houve indícios de procedimentos ilegais. Mesmo assim, a pressão política sobre Palocci não diminuiu e a articulção da oposição para aprovar uma CPI contra Palocci avançava no Congresso. Diante disso, no dia 7 de junho, o principal ministro de Dilma Rousseff pediu demissão.
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