Produzir com sustentabilidade é umas das grandes preocupações da atualidade. Em sintonia com essa tendência, o secretário de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado Filho; a presidente da Fundação Nova Chance, Neide Mendonça; e o superintendente da empresa Eco Bike-Energia Limpa, Arnaldo Marques, assinaram uma parceria para implantação do projeto “Biobike” na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.
Trata-se de uma oficina de remodelação de bicicletas, apreendidas pela polícia e que estão estacionadas nos pátios das delegacias do Estado, em “tricicletas” - bicicletas coletoras de óleos residuais. Doze reeducandos do regime fechado já recebem capacitação nas áreas de soldagem, mecânica, pintura, serralheria, montagem e desmontagem para participar do processo de fabricação da bicicleta ecologicamente correta em uma oficina instalada dentro do complexo da Penitenciária Central do Estado.
A idéia surgiu a partir da necessidade de evitar que as bicicletas apreendidas enferrujassem, além de evitar o acúmulo de água nos pneus, que acabam criando insetos como o mosquito da dengue. O modelo desenvolvido pela empresa Eco Bike, em parceria com a Sejusp e Funac, será utilizado para coletar óleos residuais em residências e transformá-los em biodiesel.
Conforme os estudos da empresa Eco Bike, é possível obter 100% de aproveitamento dos resíduos coletados. “Um litro de óleo é capaz de poluir um milhão de litros de água. Podemos transformar um litro de água em um litro de biodiesel. Dessa forma, também contribuiremos com a preservação das águas e espécies animais”, explica o representante da Biobike.
De acordo com a presidente da Funac, cada nova tricicleta produzida representará um novo reeducando capacitado. “O projeto significa geração de emprego e renda à esses reeducandos. A intenção é expandir o projeto para outras unidades”, afirma Neide Mendonça.
Para o secretário Diógenes Curado Filho, o projeto Biobike é um incremento às ações de ressocialização desenvolvidas pela Fundação Nova Chance no sistema prisional de Mato Grosso. “É indispensável a participação e contribuição da iniciativa privada em nosso modelo de ressocialização baseado na qualificação profissional. O Biobike também é importante por abordar questões ambientais e de saúde nas unidades prisionais”, destaca.
Há onze meses na prisão, o reeducando Irineu Ponath, 43 anos, não esperava receber uma nova chance dentro do presídio. “Pra mim é um sonho que está sendo realizado. Antes de entrar aqui, trabalhava numa oficina mecânica. Com o projeto, poderei trabalhar, diminuir a minha pena e terei a chance aprimorar meu conhecimento”, comemora.
NOVA CHANCE – A Fundação Nova Chance trabalha com a ressocialização do preso e atendimento à sua família, através de ações no âmbito social, profissionalizante, de saúde, educação e assistência social. Outro objetivo da Fundação é viabilizar a comercialização dos materiais que já são produzidos nas unidades prisionais e cadeias públicas do Estado. O reeducando terá também o benefício da redução da pena, ou seja, a cada três dias trabalhados ele diminui um dia da sua pena.
