O deputado federal Júlio Campos (DEM/MT) e o senador Jayme Campos (DEM/MT) apresentaram nesta semana requerimento para a realização de sessão solene do Congresso Nacional em homenagem aos 10 anos de aniversário de morte do então senador Roberto Campos, celebrado no dia 9 de outubro. A data para a sessão ainda será definida pela Mesa Diretora.
“Roberto Campos dignificou a nossa terra matogrossense com sua atuação visionária e transcedente ao seu tempo. Um pensador moderno e profundo defensor da linha liberal. No Senado Federal, ele sempre lutou pelo liberalismo. À época teve pouco apoio e retorno, mas hoje podemos ver a influência plantada por ele e que veio a florescer com a abertura da economia brasileira”, afirmou Júlio Campos.
Campos nasceu em Cuiabá em 17 de abril de 1917 e morreu em 09 de outubro de 2001, aos 84 anos. Economista e integrante da Academia de Letras, teve uma carreira brilhante com homem público. Foi um dos criadores e presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), no Governo de Getúlio Vargas; participou da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos que estudou os problemas econômicos brasileiros.
No Governo de Juscelino Kubitschek, participou diretamente do desenvolvimento dos Planos de Metas, embora não tenha tido nenhuma idéia acatada. Exerceu os cargos de Embaixador do Brasil em Washington, no governo João Goulart, e em Londres, no governo Geisel. Apoiou, em 1964, o golpe militar no Brasil.
Foi ministro do Planejamento no governo Castelo Branco, momento em que modernizou a economia e o estado brasileiro através de diversas reformas e controle da inflação. Participou do grupo que criou o Banco Nacional da Habitação (BNH), o salário-educação e o cruzeiro novo. Elaborou e executou uma reforma fiscal através do novo Código Tributário Nacional, em 1966.
Criou juntamente o Banco Central do Brasil, o FGTS e o Estatuto da Terra. Foi também autor de artigos econômicos da Constituição de 1967, avaliada por ele como a Constituição menos inflacionária do mundo. Teve grande influência na formulação da política externa do Brasil através da sua teoria dos círculos concêntricos.
Foi senador, por Mato Grosso, pelo PDS, por oito anos (1983-1991), e deputado federal pelo Rio de Janeiro por duas legislaturas (1991-1999). Na Constituição de 1988, defendeu a economia de mercado. Apresentou 15 projetos de Lei no Senado, sendo que todos foram rejeitados. Terminou o mandato de senador constituinte reclamando a da falta de apoio e da solidão do liberal no Brasil. Candidatou-se, à reeleição ao Senado Federal, pelo Rio de Janeiro, em 1998, e perdeu por uma diferença de 5%, para Saturnino Braga.
Casado com Stella e pai de três filhos, Sandra, Roberto e Luís Fernando, foi o autor de frases célebres, tais como: "O mundo não será salvo pelos caridosos, mas, pelos eficientes"; e "Há três maneiras de o homem conhecer a ruína: a mais rápida é pelo jogo; a mais agradável é com as mulheres; a mais segura é seguindo os conselhos de um economista".
(Com informações da assessoria de imprensa do deputado federal Júlio Campos).
