A ministra do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon, corregedora nacional de justiça, vai se reunir com o produtor rural Clayton Arantes, 54 anos, que está em greve de fome e acampado em frente ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso em protesto contra o juiz Paulo Martini da Comarca de Sinop, a quem acusa de venda de sentença.

A vinda da ministra para Mato Grosso está prevista para a próxima quinta-feira (27). Clayton Arantes está protestando contra o que classifica como arbitrariedade e abuso do magistrado. Ele se sente prejudicado por um processo que perdeu a cerca de um imóvel que teria adquirido em 1998, e que terá de abandonar por força de decisão judicial.

Em entrevista por telefone, o juiz se defendeu das acusações feitas pelo produtor rural e afirmou que nem está mais a frente do caso.

“Essa minha decisão saiu lá por 2003 e a minha sentença foi confirmada pelo desembargador Juracy Perciane. Mas hoje eu nem estou mais no caso”, afirmou o magistrado.

Para o juiz, a manifestação do produtor rural feita em forma de greve de fome não faz sentido. “Esse já é um processo transitado em julgado, que já está até em fase de reintegração de posse”, argumenta.

De acordo com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso, Cláudio Stábile, Martini tem outras denúncias de corrupção e, mesmo assim, ainda não afastado de suas funções. Diante disso a OAB pretende ingressar com o pedido de afastamento e junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), já que na esfera estadual não há mais nada a ser feito.

Enquanto não é atendido pela ministra, o agricultor permanece por tempo indeterminado acampado em frente ao TJ, ingerindo apenas água, água de coco, e isotônicos. Este último devido ao fato de ser hipertenso e perder muito potássio por meio da respiração, o que poderia ocasionar uma parada cardíaca.

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