“Minha foto nem está na capa, pode ver. Isso porque a arte é mais importante que o artista. Esse é um trabalho da arte pela arte”, diz o advogado Fábio Capilé ao apresentar o CD durante a entrevista. Neste trabalho, ele deixou a beca para compor as 14 músicas que compõem Festança de Tchão Batídu, projeto que, como explica, tem uma preocupação cultural social e ambiental.
O disco nasceu da idéia de resgatar as raízes da cultura cuiabana, sem deixar de lado o contemporâneo, ele conta. “Mas foi crescendo, foi crescendo e se tornou algo bem maior”, diz. “A cada 50 CDs vendidos, vamos plantar uma árvore nas margens do Rio Cuiabá e 10% de todo o faturamento vai para a AACC (Associação de Apoio à Criança com Câncer)”, adianta, revelando os três eixos do projeto: cultural ambiental e social.
Todas as composições do trabalho são de Capilé e este é o primeiro trabalho musical do artista. “É para provar que você não precisa ser do meio para fazer um trabalho cultural”, argumenta. Além de advogar, Capilé é professor universitário de Direito e presidente do Instituto dos Advogados de Mato Grosso.
“Sempre tive uma relação muito forte com o elemento cultural apesar de ser advogado”. O CD foi a maneira encontrada por Capilé para resgatar a linguagem cuiabana e repassá-la para as novas gerações. “Pode até ser usado nas escolas”, afirma.
As letras tratam da rotina da antiga Cuiabá e os ritmos são todos da terra, mas misturados com outros elementos em algumas faixas. “Não sou cantor e nem músico, por isso compus e convidei a melhor equipe para fazer os arranjos e para interpretar”, afirma.
As 14 faixas do CD citam o linguajar, a culinária, e as belezas dos diversos locais e de nossa gente. São elas:
Bem vindo a Mato Grosso
Bolo de Arroz
Saudade lá de casa
Chiclete de Cuiabano
Casa Cuiabana
Chupa Manga
Minha vida meu Mato Grosso
Chuva do Caju
Ponte Branca da Cavalhada
Tempo de lufada
Pantanal em Copa
Espinha de Peixe
Festança de Tchão Batídu
Um grão.