A Procuradoria Geral do Estado resolveu fazer uma nova análise no processo de inexigibilidade com a Global Tech, que resultou na aquisição de tecnologia russa para o monitoramento da fronteira, e resolveu cancelar o contrato com a empresa, após as denúncias de supostas irregularidades.
O curioso é que a própria PGE já havia dado parecer favorável pela aquisição e o procurador geral Jenz Prochnow Junior chegou a informar que a extinta Agecopa apresentou o certificado do Exército, fato que acabou sendo desmentido.
O assunto veio à tona há duas semanas e desde então inúmeras irregularidades foram apontadas, após o vazamento do relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O documento revelou a fragilidade dos argumentos apresentados pela já extinta Agência Executora de Obras da Copa (Agecopa) e mostrou que a Global Tech também não possuía certificado de autorização do Exército para produzir tais equipamentos no Brasil.
Na sexta-feira (4), o site
Olhar Direto revelou que a empresa estaria ligada ao Grupo Elite, em Brasília, que ao que parece não possuía estrutura para montagem das Land Rovers equipadas. Além disso, ninguém da empresa parece querer falar sobre o assunto e por dois dias a reportagem tentou contato com o diretor-executivo Guilherme Carvalho, sem sucesso.
O secretário Extraordinário da Copa, Eder Moraes, esteve com o governador Silval Barbosa (PMDB) na manhã de sexta-feira (4) e já dava indícios de que o contrato seria cancelado. Ele chegou a admitir que se sentia desconfortável com o acordo. No final da tarde de ontem, o governo divulgou oficialmente o cancelamento.
Confira na íntegra a nota:
“Após a Procuradoria Geral do Estado (PGE) reanalisar o processo de aquisição de 10 Conjuntos Móveis Autônomos de Monitoramento (Comam), o Governo do Estado determinou o cancelamento do contrato de compra dos equipamentos pela Globaltech, bem como o início - por parte da PGE - dos procedimentos cabíveis para notificar a empresa.
O Governo do Estado reitera a necessidade de investimentos em segurança e no combate ao crime organizado na região da fronteira. Novas ações e projetos para a região serão implementados dentro da política de segurança pública do Estado.”
