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Sábado, 04 de maio de 2024

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Carlos Lupi muda o tom e nega denúncias de corrupção em depoimento na CAS

Convidado pelo presidente Jayme campos (DEM-MT) para prestar esclarecimentos ao Senado sobre as denúncias de corrupção envolvendo sua pasta, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi negou as acusações aos integrantes da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).


Pelas denúncias divulgadas, Lupi é acusado de extorquir sindicatos para desviar recursos do imposto sindical em um esquema montado dentro do ministério e de ter beneficiado ONGs por convênios. Apesar das negativas, surgiram novas denúncias de que ele teria viajado para o Maranhão em avião pago por Adair Meira, dirigente de organizações que tem contratos milionários com o governo.

Depois das contradições entre as declarações do ministro e do dirigente das ONGs, Lupi disse no Senado que “pegou carona no avião”, mas que desconhece a origem do pagamento da viagem. O ministro teria dito em depoimento na Câmara dos Deputados que não conhecia Adair Meira, mas recorreu às notas taquigráficas para justificar que disse “não ter relações pessoais” com o dirigente.

“É muito difícil esse processo de memorização, principalmente quando a gente não tem intimidade com as pessoas. Não disse que não o conheço, apenas disse que não tenho relações pessoais com ele”, argumentou várias vezes. Segundo Lupi, a viagem ao Maranhão foi organizada pelo seu ex-assessor Ezequiel Nascimento. “Quero saber do que estou sendo acusado”, perguntou.

O presidente da CAS ressaltou a disponibilidade de Carlos Lupi, ao aceitar prestar esclarecimentos ao Senado Federal e atender “prontamente” o convite do colegiado. “A vinda do ministro a esta Casa faz parte do jogo democrático”, disse Jayme Campos.

Acusações – O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), um dos autores do requerimento para o comparecimento do ministro na Comissão, perguntou a Carlos Lupi se a presidente Dilma Roussef ainda vai mantê-lo no cargo e avisou que está solicitando à Procuradoria Geral da República que o ministro seja investigado pela Polícia Federal e responsabilizado pelo Supremo Tribunal Federal. “O ministro disse que não viajou e agora diz que sim. Ou seja, mentiu, afrontando a sociedade e se desmoralizando. Compromete o governo e a presidente Dilma. Isso o deixa ridículo diante da opinião pública”, disse Alvaro Dias.

O senador ressaltou que, em dois anos, o ministério do Trabalho registrou 1457 sindicatos e mais de 200 estão a caminho. A senadora Ana Amélia (PP-RS), autora de outro requerimento para o convite ao ministro, também contestou o número de convênios assinados pelo ministério do Trabalho com os sindicatos. “São tantos convênios para qualificar trabalhadores, mas não se resolve o apagão de mão de obra que estamos vivendo”, reclamou. A senadora comentou que os próprios senadores do PT subscreveram o requerimento para o ministro dar explicações ao Congresso, ao contrário da “blindagem feita pela base do governo em outras situações, quando ministros também foram vítimas de denúncias”.

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) quis saber o motivo porque as ONGs passaram a receber mais recursos do ministério do Trabalho na gestão de Lupi. Segundo números apresentados por ela, as ONGs receberam R$ 17 milhões em 2007 e em 2011, o valor subiu para R$ 103 milhões. “O aumento foi de 582%. Isto é privatização dos recursos públicos. Tirou-se de estados e municípios para que as ONGs fossem beneficiadas”, acusou.

Perda de apoio – Pedro Taques (PDT-MT), senador pelo partido que garantiu a vaga de Lupi no governo, defendeu o afastamento do PDT do ministério. “Não há república sem confiança. Estes fatos são graves e merecem ser investigados. Politicamente, não temos condições de exercer o ministério”, afirmou.

Em tom mais brando em relação às declarações feitas aos deputados na Câmara, Carlos Lupi afirmou haver um movimento para denegrir sua imagem e que as acusações não têm fundamento. “A gente não pode condenar as pessoas sem provas. Isto é demonizar sem direito de defesa”, concluiu o ministro.

A CAS vai solicitar ao ministério a prestação de contas dos contratos com as ONGs envolvidas nas acusações contra o ministro Carlos Lupi.
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