Os Estados Unidos registraram nesta quarta-feira a primeira morte por gripe suína no país, a de um bebê mexicano, no Texas. Há atualmente 91 casos confirmados em diferentes Estados no país. A maioria deles está em Nova York, onde quatro escolas foram fechadas devido a suspeitas de contaminação, relata Andrea Murta, correspondente da Folha.
"Apesar disso, a vida na cidade continuava normal, e o clima quente levava muita gente às ruas. A Folha ainda não viu ninguém usando máscaras respiratórias em Manhattan. Na TV, as manchetes estão todas voltadas para a possibilidade de uma pandemia, mas especialistas tentam tranquilizar a população. Eles lembram, por exemplo, que a gripe comum, ou influenza, mata certa de 36 mil pessoas por ano, e ninguém está em pânico por causa dela", diz a jornalista.
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Segundo a correspondente da Folha, um dos medos nos Estados Unidos é com relação à capacidade dos serviços públicos de saúde caso o surto chegue aos milhares de contaminados. A recessão que começou em dezembro de 2007 já sugou centenas de milhões de dólares dos departamentos de saúde locais. Funcionários dos serviços médicos de Estados afetados dizem que, até agora, foram capazes de lidar com testes e tratamento de infectados, mas muitos afirmam que isso só foi possível porque deslocaram trabalhadores de outras prioridades de saúde.
Ao mesmo tempo, estão crescendo nos Estados Unidos os pedidos de fechamento da fronteira com o México. O deputado Eric Massa, democrata de Nova York, já no sábado passado falava em interromper trânsito de pessoas entre EUA e México seja interrompido.
Conservadores também fazem barulho na imprensa. O radialista Michael Savage, por exemplo, chegou a especular se o surto não seria um ataque de bioterrorismo, e afirmou que são imigrantes ilegais que estão trazendo esse vírus do México para o país.
"Já Michelle Malkin, colunista sindicalizada e colaboradora da Fox News, disse esperar que agora 'finalmente o país encarará com seriedade a situação da fronteira'. Ela diz que há anos já avisava sobre os riscos que a imigração descontrolada apresenta para a disseminação de doenças contagiosas", relata Murta.
