Os deputados federais e senadores vão ter que se contentar com menos da metade dos recursos a serem destinados pelo governo federal para contemplar as emendas individuais. Dos R$ 13 milhões a que cada parlamentar teve direito de empenhar no ano passado no Orçamento Geral da União de 2012, o governo se comprometeu a liberar apenas R$ 6 milhões para cada gabinete. Pior: 99% destes recursos serão pagos no ano que vem.

Com relação às emendas de bancada, o panorama é ainda mais nebuloso. Já é certo que os recursos empenhados conjuntamente serão contingenciados e não atenderão demandas que são consideradas prioritárias pelo governador Silval Barbosa (PMDB).

O coordenador da bancada federal de Mato Grosso, deputado federal Wellington Fagundes (PR/MT), afirma que o problema vem se acumulando ao longo dos últimos dois anos e tem provocado sérios problemas junto à classe empresarial.

"Existem os chamados restos a pagar que são os recursos que o governo empenhou mas não liberou. Isto está provocando a quebra de pequenas e médias empresas que realizaram obras para prefeituras mas não receberam os recursos. Estas empresas acabam tendo que recorrer a bancos. No Brasil, infelizmente, os empresários são o outro lado da moeda", critica.

Segundo Wellington Fagundes, a briga pelo orçamento federal gera uma expectativa muito grande na população; é um dos elementos que provoca desgaste na relação entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional.

"Quando anunciamos uma obra com a previsão de recursos de emendas parlamentares cria-se uma expectativa muito grande nos municípios, nos prefeitos, na sociedade. E quando estes valores não são liberados, como ocorre agora, há um desgaste da imagem da classe politica brasileira. Por isso é preciso que adotemos uma posição de cautela em relação à divulgação de novos investimentos, pois eles podem não se concretizar", pondera.