Algumas fabricantes de medicamentos iniciarão a produção de vacinas para a gripe suína --cujo nome oficial é "influenza A (H1N1)"--, em reação à pressão da OMS (Organização Mundial de Saúde) sobre uma possível pandemia mundial. A informação foi repassada por uma oficial do órgão nesta sexta-feira (1º). 

Marie-Paule Kieny, diretora de iniciativas para pesquisas em vacinas da OMS, disse que agências da ONU estão discutindo com as companhias se, e quando, vão parar com a produção sazonal de vacinas para a gripe comum, e começar a fazer uma nova para o novo influenza A (H1N1). Kieny afirma que a produção de vacinas para o vírus da gripe suína iniciaria entre a metade e o final do mês de maio.

"Não temos dúvidas de que é possível produzir uma vacina bem-sucedida em um período de tempo relativamente curto", afirmou.

No entanto, ela não estará disponível antes de "quatro ou seis meses", pois a produção é um processo muito complexo que inclui testes clínicos em pessoas, informou a diretora.

Ao menos 20 companhias fabricam vacinas anti-gripais no mundo. A OMS afirma que está negociando com fabricantes no Brasil, China e Hungria, além das maiores companhias.

De acordo com Chris Viehbacher, executivo-chefe da Sanofi-Aventis, maior fabricante europeia de vacinas, seus cientistas estão preparados para fazer a vacina para a gripe suína --assim que a OMS assinalar para que ela seja feita.

Mas eles também esperam por mais informações. "É prematuro dar um prognóstico sobre quantas doses de vacina nós podemos produzir", diz Viehbacher, indicando que as companhias precisam saber a quantidade de antígenos (substância que incita o corpo a fabricar anticorpos, "ingrediente ativo" de uma vacina), é necessária para cada dose.

Nos EUA, o governo ainda não decidiu o que será determinado. "Tudo depende do desdobramento das emergências e da pandemia", disse Ruben Donis, do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em inglês), que capitaneia as pesquisas de vacinas no país.