A crise da saúde em Várzea Grande corre o risco de se agravar ainda mais desde a virada do ano, segundo o Sindicato dos Médicos (Sindimed), devido ao envio de cartas de demissão, por parte da Prefeitura, a quase metade dos servidores da área.
“Nós ficamos perplexos e pedimos aos colegas para trazerem os distratos e ver se há como tomar medidas judicialmente”, contou ao
Olhar Direto o presidente em exercício do Sindimed, Celso Vargas Reis.
Ele explicou que de 40 a 50% dos médicos e funcionários de outras categorias da secretaria de saúde foram contemplados com as cartas de demissão, que tomaram a todos de surpresa justamente num momento de crise nos serviços de saúde.
“Tinha mulher grávida sendo convidada a assinar carta de demissão”, citou o sindicalista.
A repentina chegada de cartas de demissão aos funcionários da saúde dá seqüência a uma série de fatos que evidenciam o estado de crise na saúde de Várzea Grande, especialmente no Pronto Socorro.
O último episódio, na semana passada, foi a apresentação, por parte dos médicos, de cartas de demissão devido ao não pagamento há cinco meses das verbas indenizatórias. As verbas representam 60% dos vencimentos do médico da rede várzea-grandense.
A iniciativa de apresentar pedidos de demissão foi uma medida encontrada individualmente pelos médicos enquanto o Sindimed ainda continua em negociação com a administração municipal e estuda a possibilidade de greve.
A categoria já estabeleceu o estado de greve, mas ainda se reúne em assembléia geral na próxima segunda-feira (9) para decidir a respeito. Internamente, entretanto, poucos têm se mostrado propensos à idéia de greve devido ao momento delicado por que passa a saúde em Várzea Grande, o que poderia penalizar ainda mais a população. A paralisação se mostra ainda mais complicada agora, diante das cartas de demissão enviadas aos funcionários.
Outro lado
O diretor administrativo do PSVG, Vanderley Antiqueira, aplacou as preocupações a respeito das cartas de demissão explicando que elas são uma mera formalidade necessária devido ao prazo de vencimento de grande parte dos contratos.
Por uma coincidência, defende o diretor, os contratos estão esgotando seus prazos neste momento delicado, mas a administração municipal vai repor o número de funcionários. “Nós não temos interesse em demitir médico, mas contratar. O próprio secretário divulgou isso hoje”, declarou o diretor.
Leia também:
Direção do PS de VG apresenta proposta para evitar demissões