Praga pode ser uma cidade americana ou suíça. As semelhanças com capitais europeias tornam a cidade um set de filmagem natural. É mais barato ambientar filmes em torno desses prédios virtuosos do que em Paris, Roma e Londres.

O governo também incentiva. O Ministério da Cultura devolve aos produtores dos filmes até 20% dos custos de gravação. Foram mais de 40 super produções nos últimos vinte anos.

Praga é cenário da trama eletrizante com agentes secretos. Em Karlovy Vary, a personagem de Queen Latifah passa os últimos dias de vida em grande estilo, em um hotel luxuoso.

Praga tem uma das escolas de cinema mais tradicionais e prestigiosas da Europa, que se transformou em um foco de resistência à ditadura comunista.

O teatro também abrigou dissidentes. Na cidade de Cesky Krumlov está a casa das marionetes. São soldados, pessoas do vilarejo, nobres...

Marie, a diretora do lugar, conta que na República Tcheca os bonecos são uma tradição desde o século 17. Eles encantavam adultos e crianças.

Na mesma cidade também foi construído um teatro barroco, hoje um dos mais antigos e preservados da Europa. O prédio fica dentro de um castelo erguido sobre as rochas, às margens do rio Moldava.

O teatro não fica aberto pra todos. No máximo, por dia, 100 visitantes têm o privilégio de entrar lá e conhecer um pouco dessa história. O passeio é feito em grupos pequenos: cinco com até 20 pessoas.

Embaixo do palco, uma grande estrutura de madeira e cordas é usada para trocar o cenário lá em cima. Tudo ao mesmo tempo.

Hoje os espetáculos misturam dança, musica e muitas projeções, saindo dos cenários, para o som das ruas e dos bares.

Michael faz parte da nova geração de bandas de jazz e lembra que vários músicos sofreram repressão durante o comunismo. “Os tchecos queriam extrair da música americana essa ideia de liberdade. O governo não via com bons olhos. Foram tempos ruins para o jazz, mas hoje há muitos músicos talentosos tocando por aí”.

Nenhuma viagem à Praga é completa sem conhecer um pouco a atmosfera de um de seus filhos mais famosos. No número trinta seis da rua Parizka, viveu o escritor Franz Kafka, que deixou para a literatura mundial uma obra inquieta e densa. A experiência particular de um homem que virou a angústia de tantos.