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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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PM morto por bandido deixou carta de indignação (veja texto completo)

Foto: Assessoria PM

PM morto por bandido deixou carta de indignação (veja texto completo)
O soldado da Polícia Militar (PM) Alex Suzarte, atingido fatalmente por um disparo na cabeça durante uma ação na manhã de ontem em Poconé (a 102 km de Cuiabá), morreu aos 32 anos cheio de indignação com as condições a que estão sujeitos os trabalhadores da segurança pública em Mato Grosso.


É isso o que se depreende pelo teor de uma carta que escreveu, recentemente, 
dedicada a seus companheiros. Se o documento, por si só, comove por permitir que se lance um olhar à dura vida dos profissionais da polícia, ganha ainda mais peso após a perda da vida do soldado para a violência que assola o Estado.

“Esse texto eu dedico a todos os policiais que, como eu, só desejam voltar para casa vivos”, finalizou o soldado em seu manifesto, agora distribuído para a imprensa.

Ao longo do texto, intitulado “Enquanto todos dormem”, o soldado sempre faz um contraponto com as dificuldades diárias de seu trabalho madrugada adentro enquanto a maioria massacrante da população se encontra segura em suas casas, dormindo.

“Enquanto todos dormem, eu estou travestido de herói, e mesmo não tendo superpoderes estou pronto para enfrentar o perigo, para desafiar a morte e, ‘quiçá, sobreviver’; enquanto todos dormem, eu estou dividido entre o medo da morte e a árdua missão de fazer segurança pública”, diz um trecho da carta.

O soldado Suzarte morreu na manhã de ontem após uma perseguição a uma dupla de bandidos que assaltara uma mercearia em Poconé. Durante uma luta corporal, um dos bandidos, identificado como Edson Antônio da Silva, de 32 anos, conseguiu tomar-lhe a arma e desferir-lhe um tiro na cabeça. A polícia ainda está no encalço de Edson nas cercanias de Poconé, mas seu comparsa, o adolescente L.F, de 17 anos, já foi capturado.

Confira a transcrição da carta:

Enquanto todos dormem, eu estou em lugares inimagináveis, matagais intransponíveis, bueiros fétidos, casas abandonadas, entre outros lugares a que alguém normal se recusaria ir;

Enquanto todos dormem, eu estou em alerta máximo, tentando não apenas defender pessoas que nunca vi, nem mesmo conheço, mas também tentando sobreviver;

Enquanto todos dormem no aconchego de suas casas debaixo dos cobertores, eu estou nas ruas debaixo da forte chuva, com frio e cansado madrugada adentro;

Enquanto todos dormem, eu estou travestido de herói e mesmo não tendo superpoderes estou pronto para enfrentar o perigo, para desafiar a morte e, ‘quiçá, sobreviver’;

Enquanto todos dormem, eu estou dividido entre o medo da morte e a árdua missão de fazer segurança pública;

Enquanto todos dormem, eu sonho acordado com um futuro melhor, com o devido respeito, com um justo salário, com dias de paz, mas principalmente com o momento de voltar para casa e de olhar minha esposa e meus filhos e dizer-lhes que foi difícil sobreviver a noite anterior, que foi cansativo e até frustrante, mas que estou de volta e que tenho por eles o maior amor do mundo.

Esse texto eu dedico a todos os policiais que, como eu, só desejam voltar para casa vivos.

Alex Oliveira Suzarte



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