O presidente do Legislativo cuiabano, vereador Júlio Pinheiro (PTB), ‘não botou panos quentes’ ao comentar o rombo encontrado em uma obra na Câmara Municipal de Cuiabá e afirma que alguém embolsou o dinheiro superfaturado da reforma, mas evita ‘apontar’ o dedo para o colega de casa Deucimar Silva (PP) ou para os demais envolvidos na reforma.

“Que houve superfaturamento na obra houve. Agora o que resta saber é quem foi beneficiado com isso. Se foi Deucimar [presidente da Câmara na época da obra e alvo de investigação da CPI, se foi a Prefeitura de Cuiabá [por meio da Agência Municipal de Habitação da Prefeitura] ou o engenheiro responsável pela obra.

Pinheiro também revelou que o presidente da CPI, vereador Edivá Alves (PSD), solicitou auxílio da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) para periciar as obras superfaturadas na casa.

O caso

O Tribunal de Contas de Mato Grosso julgou irregulares as contas de 2010 da Câmara Municipal de Cuiabá, sob a gestão do vereador Deucimar Aparecido da Silva (PP). O ex-presidente foi condenado a devolver ao erário público cerca de R$ 1.131.000,00 por superfaturamento nas obras de reforma do prédio da Câmara Municipal.

Em sua defesa, o vereador assegurou que jamais causou qualquer prejuízo ao erário e que a suspeição de superfaturamento superior a R$ 1 milhão nas obras de reforma do Palácio Paschoal Moreira Cabral é de responsabilidade da Agência Municipal de Habitação da Prefeitura Municipal. Ele garante que a fiscalização, a medição e o atestado de obra, mediante Termo de Cooperação Técnica, foi firmado pela Câmara com a Agência Municipal de Habitação em 16 de outubro de 2009.

De acordo com o relator das contas da Câmara, conselheiro Waldir Teis, os reparos custaram cerca de R$ 800 por metro quadrado, o equivalente a 1000% do preço de mercado. Com o valor total da reforma, o conselheiro estima que seria possível construir um prédio novo, com aproximadamente dois mil metros quadrados.