A Câmara de Vereadores de Cláudia (580 km ao Norte de Cuiabá) acatou parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e reprovou as contas da prefeitura do município, relativas ao exercício de 2010, sob o comando do prefeito Vilmar Giachini, o “Vilmar da Matão” (PMDB). Ainda cabe recurso na Justiça.

No entanto, com a decisão, o prefeito – que está no terceiro mandato - corre o risco de ser enquadrado como “ficha suja” e não poderá concorrer ao quarto mandato, na eleição de outubro deste ano. Assim como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a “Lei da Ficha Limpa”, validada há alguns dias pelo Supremo Tribunal Federal (STF), prevê que políticos com contas reprovadas fiquem inelegíveis por oito anos.

As contas de Vilmar foram rejeitas pelo Poder Legislativo porque, entre outras irregularidades apontadas no parecer do TCE, o prefeito não conseguiu controlar os gastos com pessoal e atingiu 57,6% da receita do município, índice superior aos 54% previstos na LRF. Também houve um déficit orçamentário de R$ 927 mil, que foi a diferença entre uma arrecadação de R$ 18,4 milhões frente à uma despesa de R$ 19,3 milhões.

Vilmar enfrentou muitas “turbulências” no comando do Paço Municipal nesses três anos de gestão, principalmente por causa de greves deflagradas pelos professores, que cobraram reajustes salariais acima da inflação. Em âmbito regional, o gestor municipal também enfrenta problemas, já que é o presidente do consórcio que administra o Hospital Regional de Sorriso, onde pelo menos 23 médicos pediram demissão na última semana, por causa de três meses de salários atrasados.