As questões político-partidárias devem interferir significativamente na disputa pela presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Mato Grosso (OAB-MT), em novembro deste ano. Isso porque dois advogados que compõem a atual gestão, Ussiel Tavares e Francisco Faiad,  já ocuparam a cadeira, e estão diretamente ligados ao PSDB e PMDB, respectivamente.

Os ex-presidentes da OAB de Mato Grosso são fortes aliados do atual presidente Claudio Stábile, o que deve gerar uma considerável discussão sobre quem deve ser o candidato da situação.

Além de presidente do Tribunal de Ética da OAB, Ussiel ocupa a mesma cadeira no Diretório Municipal da sigla tucana. Já Faiad, que atua como Conselheiro Federal da Ordem é filiado ao PMDB e tem colocado o nome a disposição da sigla para uma eventual disputa nas eleições municipais deste ano.

Para alguns advogados que compõem a oposição, que já tem se articulado na escolha de um nome para enfrentar o embate, o partidarismo político tem interferido significativamente na direção da OAB, que, para eles, deveria ser imparcial e mais ativa nos assuntos relacionados ao interesse público e ao Estado.

“Você não vê a OAB se manifestar sobre maquinários, Lad Rovers ou cartas de crédito. A OAB tem batido continência ao governador Silval Barbosa e não fiscaliza nenhum ato do Governo do Estado”, declarou uma fonte, durante entrevista ao Olhar Direto.

Diante dos fatores ponderados, alguns analistas jurídicos ainda acreditam que a interferência dos dois grupos políticos deve gerar certo impasse a atual gestão e a tendência é que o Claudio Stábile tente a reeleição, para evitar qualquer insatisfação, ou até mesmo um racha, entre os advogados de situação.

O presidente da Ordem, por sua vez, afirmou que as análises não procedem e a opção de cada advogado de ser filiado ou não a alguma sigla deve ser respeitada. “Eu nunca fui filiado a nenhum partido e temos que respeitar o direito de cada advogado. Mas temos mantido uma conduta imparcial, neutra e sem partidos”, garantiu Stábile.