O secretário de segurança pública de Mato Grosso, Diógenes Curado, defendeu a ampliação das interceptações telefônicas como instrumento de investigação de crimes de maior gravidade. Durante audiência pública da Subcomissão Permanente de Segurança Pública do Senado que discutiu a alteração nas leis penais, ele criticou a possibilidade de imposição de limites a estas escutas autorizadas pela justiça.
"Quem já trabalhou em operações policiais e do Ministério Público sabe das dificuldades que temos em relação a isso. Reduzir as possibilidades de usar interceptações telefônicas limita a investigação", afirmou Curado, que defende o uso destas escutas para investigar também processos disciplinares administrativos.
Integrante do colégio de secretários estaduais de segurança pública, ele informou ter analisado cerca de 600 projetos de lei, proposições e propostas de mudança constitucional em temas ligados à segurança pública.
Segundo ele, o grupo elaborou um relatório que foi entregue ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aos Ministérios Públicos Federal e Estaduais, aos Tribunais de Justica dos Estados, além da presidência do Congresso Nacional e da Câmara dos Deputados.
O combate à atuação das milícias foi outro tema abordado pelo secretário. Ele sustenta que esta deve ser uma atribuição dos Estados e não da Polícia Federal. Diógenes Curado sustenta também a necessidade de equivalência no tratamento dos oficiais e outros policiais em procedimentos adminisrativos, desde que seja compatível com suas funções.
Os roubos a banco e a caixas eletrônicos, chamados de crimes do Novo Cangaço, merecem atenção especial do secretário, assim como a revisão das penas para crimes hediondos. O secretário também entende como necessária a moderação para que os Estados possam usar armamento de uso restrito.
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