Após aproximadamente oito horas de ocupação, estudantes deixaram a Reitoria da UFMT. A manifestação que se iniciou aproximadamente as 9h desta quinta-feira, começou conturbada. Estudantes que tentavam entrar na sede da Reitoria teriam sido reprimidos por seguranças.

Fernanda Raquel, 25, acadêmica de Serviço Social, conta que os seguranças tentavam impedir a entrada dos estudantes e quem conseguia furar o bloqueio era retirado à força. Segundo ela, ao tentar continuar no local, foi arremessada para fora por um dos seguranças, mas não se feriu. A tentativa de impedir a entrada dos estudantes, no entanto, foi frustrada. Liderados por representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e CA’s (centros acadêmicos) os manifestantes conseguiram se instalar no local para expressar seu repúdio frente às atitudes da Reitoria que, segundo eles, são autoritárias.

Com o término das aulas no período matutino, a Reitoria foi se enchendo cada vez mais de alunos. Estudantes de várias escolas da capital, públicas e privadas, aderiram ao movimento. Os corredores da Reitoria logo ficaram pequenos para o grande número de jovens que  reivindicavam um debate com a reitora, que não apareceu.

As 13h, ao som de “podres poderes” de Caetano Veloso, chegou um trio elétrico que serviria de palanque dos contrários à unificação. Líderes do movimento se revezavam no microfone puxando gritos de ordem, quando estudantes começaram a bloquear uma das saídas da reitoria com pedaços de concreto e madeira. Houve princípio de tumulto. Abusando da truculência, os seguranças da universidade, que são terceirizados e não possuem poder de polícia, ameaçaram os estudantes. Até a equipe de reportagem do Olhar Direto foi ameaçada e coagida a não fotografar.

O movimento seguia tranquilo, quando, as 15h chegaram os estudantes secundaristas da Escola Estadual Nilo Póvoas, liderados por alguns integrantes da UBES e UJS que são favoráveis à proposta do MEC. O clima de rivalidade se instaurou e logo divergências pessoais se afloraram em meio ao debate ideológico. Um desavisado que passasse pelo local, poderia até achar que os gritos que saiam de cada lado eram provenientes de diferentes torcidas de futebol. Com os ânimos já acalmados, chegou a informação de que a reitora se pronunciaria na sede da OAB sobre o assunto.

Por volta das 17h chegou a notícia de que, às escondidas, a Reitoria havia aprovado a proposta do MEC, tão rechaçada pelos manifestantes. O movimento se dispersou e os líderes decidiram por não manter a ocupação.