Aluno da Escola Estadual Antônio Firmino de Proença entre os anos de 1955 e 1959, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse que, na época em que estudava lá, confusões como a de ontem "não eram comuns". "No meu tempo não tinha isso. Não me lembro de ter acontecido", afirmou Serra.
Na manhã de quinta (14), um tumulto envolvendo PMs e alunos da escola, localizada na Mooca (zona leste de São Paulo), terminou com dois adolescentes na delegacia, 47 vidraças, 25 cadeiras, 27 mesas, quatro lixeiras e um banco quebrados.
Alunos promovem tumulto e quebra-quebra em escola estadual na zona leste de SP
"Foi um evento de violência em escola. Estamos trabalhando para diminuir isso", afirmou o governador. "Não é um fenômeno que tenha se agravado", completou Serra, referindo-se a índices recentes.
Em relação ao incidente ocorrido na escola onde estudou um dia, Serra é enfático: "Ficaria chateado se fosse em qualquer escola. Não precisava ter sido na que estudei".
Segundo o governador, a Secretaria de Educação está finalizando um programa para diminuir a violência nas instituições de ensino.
Tumulto
De acordo com a SSP -SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), o tumulto começou após dois adolescentes --um de 14 e outro de 16 anos-- pularem o muro da escola. O diretor acionou a polícia e ambos foram localizados no banheiro. Como se recusavam a deixar o local, a PM usou gás de pimenta.
Com a saída dos adolescentes, os colegas se revoltaram e iniciaram o quebra-quebra. As aulas na escola foram suspensas ontem.
De acordo com a Secretaria de Educação, ambos estudam na unidade, porém, nenhum deles no turno da manhã. "Os dois estavam proibidos de entrar na unidade fora de seus períodos escolares (um é do turno da tarde e outro está matriculado à noite). Apesar da proibição expressa, comunicada às suas famílias, os dois estavam na escola pela manhã", afirmou a secretaria de Educação, por meio de nota. Segundo a secretaria, eles têm antecedentes de mau comportamento.
Alunos disseram que os dois adolescentes teriam sido agredidos pela PM --o que a corporação e a Secretaria de Segurança negam.
