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Pagot foi 'papai noel' da Delta e jantou com bicheiro e Torres, diz Veja

06 Mai 2012 - 22:50

De Brasília - Vinícius Tavares e Marcos Coutinho

Foto: Reprodução

Pagot foi 'papai noel' da Delta e jantou com bicheiro e Torres, diz Veja

O ex diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, foi uma espécie de 'papai noel' para a Delta, empresa que vai ser investigada pela CPMI do Congresso Nacional por supostas fraudes e tráfico de influência, e teria participado de um jantar com o senador Demóstenes Torres (sem partido) e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.



A avaliação e a denúncia é da revista Veja, que chegou neste domingo às bancas do país, no editorial Foi se a mentira, um mecanismo que dificilmente a publicação usa, e que evidencia o quanto a revista está focada em enquadrar Pagot como peça-chave no suposta esquema de corrupção no Ministério dos Transportes, cujo propósito seria aerrecadar propina para o caixa do Partido da República (PR).

Para a Veja, Luiz Antonio Pagot é hoje um "anti-herói que tentou forjar uma história para justificar sua queda, mas acabou demitido". Em tom enfático, o editorial interno da revista do Grupo Abril sustenta tese que "o contorcionismo retórico de Pagot, como a mentira, tinha perna curta. Na gestão do ex-diretor, a Delta teria multiplicado seus negócios, transformando-se na maior prestadora de serviços do governo com faturamento superior a R$ 3 bilhões.

O editorial da Veja defenestrando Pagot é justificável: o ex-diretor "chegou a insinuar que reportagem da revista teve origem em informações da quadrilha de Cachoeira". Na opinião da publicação semanária paulista, Pagot tentou usar a informação de que sua queda do Dnit fora articulada pelo grupo de Carlos Cachoeira com base em diálogo entre o diretor da Delta no Centro Oeste, Cláudio Abreu, e Cachoeira em que ambos, de certo modo, comemoram a saída do ex-diretor geral.

A revista diz que diálogos gravados pela Polícia Federal incriminam Pagot. As conversas mostram que a quadrilha de Cachoeira estava muito preocupada com a demissão de Pagot, que após a divulgação das irregularidades foi convocado para depor perante uma comissão do Senado e ameaçava fazer revelações sobre o esquema de propina no ministério. Em um dos diálogos, Cachoeira fala com o representante da construtora no Centro-Oeste que, se Pagot dissesse qualquer coisa sobre o esquema, estaria dando "um tiro no próprio pé". Ele, de fato, se calou diante da comissão do Senado.

Veja diz também que Pagot participou de um jantar com o senador Demóstenes, Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish, para tratar dos negócios da empreiteira. Essa relação explicaria em parte o sucesso da Delta, que tinha em seu rol de "consultores" o ex-ministro José Dirceu, apontado pelo Ministério Público como o "chefe da quadrilha do mensalão".

Veja abaixo o editorial na íntegra:

Em julho do ano passado, uma reportagem de VEJA revelou que no Ministério dos Transportes funcionava uma organizada estrutura de corrupção. Em troca de contratos e liberação de faturas, empreiteiras eram instadas a recolher propina ao caixa do Partido da República, o PR, que comanda a pasta. Dias depois da revelação, a presidente Dilma Rousseff demitiu toda a cúpula do ministério, incluindo Luiz Antonio Pagot, o então diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o órgão responsável pela construção e manutenção das estradas federais. Pois esse mesmo Pagot, recentemente, tentou se transmutar em vítima, atribuindo sua demissão a um complô tramado pelo grupo de Carlos Cachoeira. Em sua versão, o defenestrado perdeu o cargo não por seus defeitos, mas por suas qualidades. Ele teria contrariado interesses da construtora Delta, empreiteira que, se sabe agora, tinha Cachoeira como lobista. Pagot chegou a insinuar que a reportagem teve origem em informações da quadrilha de Cachoeira.

O contorcionismo retórico de Pagot, como a mentira, tinha perna curta. Não foi longe. Já se sabia que na gestão dele a Delta multiplicou seus negócios, transformando-se na maior prestadora de serviços do governo, com faturamento superior a 3 bilhões de reais em contratos de rodovias, muitos deles eivados de irregularidades. Pagot foi um Papai Noel para a empreiteira. Na semana passada, foram reveladas novas gravações telefônicas captadas pela Polícia Federal que desmontam a tese do ex-diretor do Dnit. Os diálogos mostram que a quadrilha de Cachoeira estava muito preocupada com a demissão de Pagot, que após a divulgação das irregularidades foi convocado para depor perante uma comissão do Senado e ameaçava fazer revelações sobre o esquema de propina no ministério. Em um dos diálogos, Cachoeira fala com o representante da construtora no Centro-Oeste que, se Pagot dissesse qualquer coisa sobre o esquema, estaria dando "um tiro no próprio pé". Ele, de fato, se calou diante da comissão do Senado. O ex-diretor do Dnit, segundo a Polícia Federal, participou de um jantar com o senador Demóstenes, Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish, para tratar dos negócios da empreiteira. Essa relação explicaria em parte o sucesso da Delta, que tinha em seu rol de "consultores" o ex-ministro José Dirceu, apontado pelo Ministério Público como o "chefe da quadrilha do mensalão". A oposição quer convocar Pagot para depor. Boa chance para ele, desta vez, contar tudo o que sabe.

Atualizada dia 7/05/2012 às 10h59

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