Em sessão tumultuada e repleta de tentativas de manobras por parte do governo e da oposição, a CPMI do Caso Cachoeira aprovou na tarde desta quarta-feira (30) a convocação aos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiróz (PT), por suspeitas de ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Como a disputa por votos ficou restrita ao embate entre governistas e oposicionistas, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), pelo menos por enquanto, ficou livre de ter de comparecer à CPI para depor. A maioria dos deputados e senadores considerou prematura a vinda do governador fluminense.

No entanto, segundo fontes ouvidas pelo Olhar Direto, a convocação de Cabral é dada como certa após a abertura do sigilo da empresa Delta, com quem o Estado do Rio de Janeiro mantém contratos.

Os goveristas tentaram o adiamento da votação, mas prevaleceu a vontade da maioria de votar os requerimentos. A data das sessões com os governadores ainda será definida pela presidência da Comissão.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) reagiu com críticas à possibilidade de adiamento da votação. Segundo ele, cada parlamentar deve assumir a responsabilidade política de seus votos em uma CPI.

"Para deixar bem claro para a populção o que está ocorrendo aqui é que tanto o governo quanto a oposição estão enrolando a votação dos requerimentos. Eu pertenço à base de apoio ao governo, mas não tenho nada a ver com a briga entre o PT e o PSDB. Precisamos votar os requerimentos. Cada um que assuma a responsabilidade política de suas decisões na CPI", disparou.

A CPMI aprovou também requerimentos de quebras de sigilo bancário fiscal e telefônico de pessoas físicas e jurídicas, entre elas o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). As empresas e pessoas são mencionadas nas investigações da Polícia Federal e têm supostamente ligações com os negócios de Cachoeira.



Atualizada às 16h23