Desolado e visivelmente abatido, o presidente da Câmara Municipal, Deucimar Silva (PP), disse estar decepcionado com a decisão do Legislativo cuiabano em arquivar os pedidos protocolados na Casa de Leis pela cassação do vereador Lutero Ponce, e pela não aprovação da abertura da Comissão Processante. ““Eu fiz a minha parte e tive a coragem que muitos não tiveram para contratar uma auditoria e verificar como estava a Casa”, desabafou.
Lutero recebeu oito votos a seu favor e apenas sete foram contrários a investigação de suas contas de 2008, apontada pela auditoria contratada pelo presidente da Mesa Diretora, um rombo de mais de R$ 3 milhões na Casa de Leis, durante a administração do peemedebista.
Apesar do processo ter sido arquivado, por outro lado, o presidente alega que as denúncias já foram encaminhadas para o Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado e ainda para a Delegacia Fazendária. A expectativa, segundo ele, é que os órgãos competentes continuem a investigar o crime de improbidade administrativa revelada na Casa.
Sem apoio tucano
Apesar do PP manter apoio no arco de alianças do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), o retorno não ocorreu na mesma proporção. Isso porque, dos quatro vereadores tucanos de sustentação ao chefe do Executivo municipal, apenas o vereador Roosivelt Coelho foi quem manifestou voto favorável a Comissão Processante, acompanhando o PP.
Já os tucanos Antônio Fernandes, Lueci Ramos e Paulo Borges Junior foram contrários à possível cassação do mandato de Lutero.
Com a relação estremecida, Deucimar disse que irá discutir o assunto com o prefeito sobre a decisão dos tucanos, já que na sua avaliação, eles deveriam apóia-lo.
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