Solucionar a bolha de endividamento agrícola de pequenos, médios e grandes produtores rurais é uma das prioridades da nova diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que toma posse nesta quarta-feira (13), em Brasília.

De acordo com o presidente eleito da Frente, deputado Homero Pereira (PSD-MT), só em Mato Grosso a dívida agrícola chega a R$ 1,8 bilhão. O montante devido no país supera os R$ 20 bilhões.

Durante entrevista coletiva concedida na sede da FPA, nesta segunda-feira, Homero explicou que a dívida se formou durante a crise do setor entre 2004 e 2005 e atingiu os produtores que adquiriram máquinas agrícolas.

"Todo mundo se endividou entre 2004 e 2005. O saldo devedor dos produtores que adquiriram máquinas agrícolas neste período permite comprar três máquinas novas, mas não supera o valor devido com a máquina antiga", esclareceu.

Segundo Homero, os produtores rurais vivem um bom momento no que se refere aos preços pagos pelas commodities, mas ele lembra que as dívidas os impedem de fazer investimentos para aumentar a produção e a produtividade.

"Temos hoje um agricultor em condição saudável, mas ele tem uma chaga, que é a dívida e que pretendemos resolver com o governo", acrescentou.

De acordo com o parlamentar, a situação dos pequenos produtores é mais dramática ainda porque os agricultores familiares foram incluídos na dívida ativa da União. O congressista promete buscar a renegociação com o Banco do Brasil, Ministério do Planejamento e Ministério da Fazenda, a exemplo do que foi feito nas dívidas do setor comercial, beneficiadas pelo Programa de Refinanciamento das Dívidas (Refis).

"O pequeno produtor teve sua dívida levada para a dívida ativa. Ele está sem interlocução. Se solucionássemos este impasse, o Brasil iria ganhar. Foi feito isso no setor de comércio com o Refis, que cobrou juros palatáveis. Vamos sentar com a Fazenda, BB e Planejamento e buscar uma solução definitiva", pontuou.



Atualizada às 21h17