O advogado Marco Aurélio Fagundes, da coligação autora da ação de investigação que culminou no processo que pede a cassação do prefeito de Sinop (500 km de Cuiabá), Juarez Costa (PMDB), afirmou na manhã desta terça-feira (12) que o governador Silval Barbosa (PMDB) cometeu abuso de poder político ao fazer várias promessas, em 2008, se o candidato votado fosse o peemedebista.
“Nos autos existem provas de que o governador Silval Barbosa fez várias promessas de levar recursos para Sinop se o candidato votado fosse o Juarez. Prometeu asfalto, escoa e várias outras coisas”, asseverou Marco Aurélio durante entrevista à imprensa, minutos após o Tribunal Regional Eleitoral adiar o julgamento da ação, após pedido de vistas do juiz federal Paulo Francisco da Silva.
O pleno da Justiça Eleitoral iniciou nesta manhã o julgamento do recurso do Ministério Público, que se manifestou pela cassação de Juarez, na tentativa de reverter a decisão do juiz eleitoral de Sinop, Mário Machado, que absolveu o peemedebista da acusação de abuso de poder econômico e político, bem como compra de votos na eleição de 2008.
Segundo o advogado Marco Aurélio, da coligação encabeçada por Paulo Fizua, na época o governador chegou a acionar o serviço de inteligência da Polícia Militar para investigar algumas acusações contra Juarez. “A PM não faz trabalho investigativo, mas sim ostensivo”.
Além de asseverar que nas provas dos autos constariam a veracidade dos fatos, Marco Aurélio chegou a alegar que o juiz Mário Machado deveria ter se manifestado de forma imparcial ao proferir a sentença. “O juiz estava com uma venda nos olhos. Ele se deteve a apenas uma filmagem sem avaliar as outras provas”.
Julgamento
Na manhã desta segunda, o procurador eleitoral Thiago Lemos se manifestou favorável à cassação do mandato do prefeito. Já o relator Samuel Delaia Junior deu parecer contrário, alegando que as provas não seriam suficientes para comprovar os crimes eleitorais. Com o pedido de vistas, o julgamento deve ter continuidade na próxima quinta-feira (14).
Juarez e seu vice, Almeri Bambi (PT), chegaram a ser cassados, porém, a defesa do prefeito conseguiu reverter a decisão que seu deu em cima da acusação de que ambos teriam distribuído vales-combustíveis em troca de votos. Se cassado, Juarez fica inelegível por oito anos, o que inviabilizaria sua candidatura à reeleição.
Outro lado
O secretário de Comunicação de Mato Grosso, Carlos Rayel, rebateu as acusações afirmando que o advogado Marcos Aurélio está com o foco errado e lembrou que em 2008 Silval Barbosa ainda não ocupava a cadeira de governador.
“A capacidade desse advogado de falar besteira é sem medida. O que fala muito, dá bom dia a cavalo”, finalizou o representante do governo.
Atualizada às 15h32
