Uma possível aliança entre PSB, PMDB e PR para as eleições deste ano em Cuiabá não está sendo bem aceita pelos líderes do PDT e tem contrariado sobretudo o presidente municipal do partido, médico Kamil Fares, e o presidente da Executiva Regional, senador Pedro Taques.

O descontentamento é porque o PDT foi parceiro de Mauro Mendes (PSB) em 2010, ocasião em que o empresário foi candidato ao Governo de Mato Grosso e, ao lado de Taques, encabeçava o Movimento Mato Grosso Muito Mais (PDT/PSB/PPS/PV), coalizão de oposição ao bloco que compõe o governo Silval Barbosa (PMDB), originário da gestão Blairo Maggi (PR).

Kamil Fares afirmou que vai esperar Mauro Mendes conversar com outras siglas para depois voltar a falar de aliança partidária. Para a imprensa, o médico comentou que o PDT não subiria no palanque com o partido do governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB).

“Não quero dormir vice-prefeito e acordar cidadão comum”, a frase teria sido falada pelo médico e presidente municipal do PDT, Kamil Fares, de acordo com o secretário-geral municipal do PSB, Suelme Evangelista Fernandes.

Fernandes disse que a citação ocorreu durante reunião do PDT e PSB, na última segunda-feira (11), para definir alianças políticas. A fala refere-se, ainda segundo o secretário-geral do PSB, ao ocorrido com Kamil nas eleições de 2008, quando apoiou o então candidato a prefeito Wilson Santos (PSDB).

Para Mendes, o PDT conta com grandes lideranças e nomes e é natural a sigla reivindicar, também, uma participação da composição da chapa majoritária. “Esta participação só vai ser decidida com um conjunto de partidos que dispuserem a marcha junto conosco [PSB] neste projeto por Cuiabá”, afirmou o empresário Mauro Mendes.

Mesmo com força política ressaltada pelo empresário e presidente municipal do PSB, Suelme Evangelista Fernandes garante que nunca foi firmada cláusula para o cargo de vice-prefeito para as eleições deste ano em Cuiabá.

O comentário de Kamil Fares parece não ter muito peso dentro do MT Muito Mais. O presidente municipal do PSB, Mauro Mendes, foi tímido ao comentar as declarações do médico. “Kamil é recente, acabou de chegar ao Movimento Mato Grosso Muito Mais. Ele talvez não conheça a origem do movimento”, comentou Mendes.

O secretário-geral do diretório municipal do PSB, Suelme Evangelista Fernandes, disse que a declaração de Kamil pegou o partido de surpresa e foi incisivo ao dizer que o presidente municipal do PDT não é a pessoa mais indicada para falar sobre o Movimento. “Kamil não participou da criação do Movimento Mato Grosso Muito Mais, ele chegou depois do banquete servido”, alfinetou.

Facada nas costas

Na última segunda-feira (13), em discurso no Senado, Pedro Taques afirmou que “a política e os políticos adoram a traição, mas odeiam os traidores”. Em sua fala, o pedetista não citou nomes, mas sua fala pode ser interpretada como um claro recado a Mendes.

“Começou a época das convenções, a época da traição, da facada nas costas”, criticou os pedetistas. "Político não assina contrato, político dá a palavra e infelizmente alguns políticos não a têm", completou o senador.




Atualizada às 11h18