O deputado federal Julio Campos (DEM) criticou a decisão do governo brasileiro de impor retaliações "de forma precipitada" contra o Paraguai por causa do afastamento do presidente Fernando Lugo em um prazo de 30 horas.

A declaração de Campos foi feita há pouco em sessão no Parlamento Latino Americano (Parlasul), formado por senadores e deputados federais.

“Vejo com preocupação essas medidas de retaliação e acho que nós temos que ouvir os nossos colegas paraguaios antes de tomarmos qualquer decisão de forma precipitada”, declarou Campos.

No ponto de vista do parlamentar democrata, a suspensão do paraguaio da União de Nações Sul Americanas (Unasul) é uma medida dura e afobada porque a constituição do Paraguai permite, na conjuntura vigente, especialmente na conjuntura atual em que vive o Paraguai.

Momentos antes de entrar na sessão na Parlasul, em entrevista ao Olhar Direto, Campos afirmou que a defesa de Lugo por parte de alguns presidentes sul-americanos partiram da via esquerdista.

“Quem fez a defesa dele [Lugo], foram os presidentes da considerada esquerda- sul americano, como a presidente Dilma Rousseff, Cristina Kirchner [Argentina], Rafael Correa [Equador], Evo Morales [Venezuela]. Eu não vi nenhuma manifestação do Chile, por exemplo”, salientou.

Durante a sessão, o parlamentar fez a mesma defesa e ressaltou ainda que Lugo foi infeliz ao não evitar os conflitos agrários que resultaram em mortes nos campos (18), envolvendo inclusive os produtores brasileiros, os chamados brasiguaios.

“Além disso, foi minado politicamente, teve um voto dos mais de sessenta deputados contra a apenas quatro dos senadores”, enfatizou o congressista mato-grossense. Por fim, Campos ironizou ao comentar que muitas mães paraguaias estão comemorando a queda de Lugo.

“Aqui se faz, aqui se paga, e muitas mães de família que ele prejudicou comemoram hoje as leis de Deus e compromisso assumido com Deus”, conclui.



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