O candidato a prefeito Lúdio Cabral (PT), acompanhado do candidato a vice pela coligação “Cuiabá, Mato Grosso, Brasil”, Francisco Faiad (PMDB), esteve nesta quarta-feira (25) visitando a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.
Com 190 anos de fundação, a Santa Casa é hoje referência em atendimento de média e alta complexidade e o maior hospital cirúrgico do Estado, porém está sendo subutilizada pela Prefeitura Municipal, segundo explicou o diretor geral da unidade, Luis Felipe Sabóia.
A Santa Casa sofre atualmente com a dificuldade de manter e ampliar a contratualização com a secretaria municipal de saúde, para manter e ampliar os atuais atendimentos, já que há capacidade disponível no hospital. “O município quer reduzir os atendimentos de alta complexidade na Santa Casa. Como fica a situação dos pacientes graves, como os portadores de câncer, que não podem esperar pelo atendimento? A política de saúde precisa se pautar pelo cuidado com as pessoas e isso não vem acontecendo. Esperamos que o próximo prefeito veja a Santa Casa como uma unidade do SUS, que volte os olhos para ela e não para os hospitais privados. Queremos ser vistos pela nossa eficiência “, comentou.
De acordo com ele, a Santa Casa tem uma capacidade de incrementar em até 90% a sua capacidade de atendimento. Um dos exemplos é a da ala de Pediatria, que conta com 64 leitos - dos quais 9 são de UTI neonatal e 10 de UTI pediátrica - muitos dos quais permanecem ociosos grande parte do ano e que poderiam absorver a demanda crescente do Pronto Socorro Municipal, onde não há ala pediátrica e vem atendendo precariamente a este público.
Com 10 salas de cirurgia, a Santa Casa realiza em média de 25 a 35 procedimentos cirúrgicos por dia. Somente com procedimento de hemodiálise, atende atualmente 100 pessoas, capacidade que poderia ser dobrada, bastando para isso reorganizar o sistema de saúde, encaminhando pacientes para a unidade, que conta ainda com laboratório, banco de sangue e receberá em breve um tomógrafo.
Lúdio Cabral, que estudou medicina na UFMT e teve seus primeiros contatos com pacientes nas enfermarias da Santa Casa, ressaltou a importância histórica do hospital para o SUS em Cuiabá. Ele lembrou que o Ministério da Saúde acabou de ampliar os repasses para a saúde municipal em mais de R$ 5 milhões por mês, exatamente para custeio de atendimentos de média e alta complexidade. “Não tem sentido o município reduzir o contrato com a Santa Casa, afinal há mais recursos disponíveis hoje para Cuiabá investir na saúde. É, no mínimo, miopia abrir mão do potencial que a Santa Casa tem. Temos é que potencializar o seu papel no SUS municipal”.
