O senador Pedro Taques (PDT) rebateu com uma resposta dura, chamando de "covardes" os que tentam ligá-lo à suspensão do contrato do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), decidido esta semana pela Justiça Federal, conforme divulgaram o Olhar Jurídico e o Olhar Direto. A justiça barrou a obra para a Copa 2014 em Cuiabá por encontrar irregularidades na forma da escolha do modal de transporte e estudo de viabilidade.

Taques negou a ideia da sua interferência nas decisões da justiça, como já havia feito na quarta-feira, e apontou como foco da discórdia o secretário estadual de Comunicação Carlos Rayel, que estaria a vazar para a imprensa sua interferência no processo, o que classificou, ironicamente, como lenda. Ele diz que investiga o secretário como fonte das informações. O senador foi procurador da República antes de disputar o Senado em 2010.

Pedro Taques nega interferência em decisão desfavorável ao projeto do VLT

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"Não tenho vergonha do meu passado. Não roubei. Tem alguns covardes com medo de falar do Ministério Público Federal (MPF). A estes, só digo a verdade. Lá atrás, defendi o BRT, por ser mais barato. O governo escolheu o VLT porque não pode ficar omisso, foi eleito para isso", disse, em resposta à pergunta do jornalista Lino Rossi, nesta manhã, na Rádio Mega FM.

"Como senador, me reuni para fiscalizar com instituições como UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia)", explicou o senador, sobre seu posiconamento quanto ao VLT.

Taques ressaltou que leu a peça da decisão judicial na noite de ontem. E reforçou não exisitr qualquer proximidade dele ou ligação com os atores públicos envolvidos na decisão da justiça.

"Esses procuradores, promotores e o juiz não conversam comigo. Falar nisso é acusar de calúnia o MPF. Quero dizer aos covardes que falem nomes".

Pedro Taques afirma que investiga se o secretário foi a fonte de informação da sua interferência junto à justiça. "Alguns jornalistas disseram que o secretário Carlos Rayel estaria ligando para a Imprensa e soltando notinhas. Eu estou investigando isso. Vou falar isso na tribuna do Senado. Eu estou investigando", aponta.

Obra da discórdia

A polêmica e comentários de bastidores da política mato-grossense se acentuaram após a decisão da Justiça Federal em barrar o contrato do VLT.

O tema também ganhou mais relevância nas últimas três semanas na agenda dos candidatos a prefeito de Cuiabá, que se posicionam de forma favorável ou contrária à obra.

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Presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD) é um dos incentivadores da ideia do VLT. Ele chegou a fazer viagens por Brasil e Europa para reconhecer o modal junto com autoridades do governo do Estado. Riva é inimigo político do senador Pedro Taques.

Em um dos inquéritos que investigam obras do VLT, há informações da extinta Agência do Governo para a Copa (Agecopa), onde gestores reconhecem formalmente no Ministério das Cidades que o custo de implantação do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) é superior ao dobro do custo de implantação do Bus Rapid Transit (BRT). O VLT está orçado em R$ 1,477 bilhão.

Secretário

Secretário estadual de Comunicação, Carlos Rayel negou qualquer envolvimento seu na hipótese levantada pelo senador Pedro Taques de que ele estaria a incentivar o peso da mão do parlamentar na decisão da justiça sobre o VLT.

"Se chegou essa informação até ao senador, quero creditar à intriga de quem quer tumultuar. Em nenhum momento liguei para ninguém da imprensa para falar isso. Falei sobre o VLT para quem me procurou", afirma categoricamente.

Ele diz que pediu para alguns jornalistas falarem com o secretário Extraordinário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães, e a outros sugeriu como fonte de informação a Procuradoria Geral do Estado, que se pronuncia sobre assunto desse nível.

"Em nennhum momento falei sobre o senador. Se chegou a ele esta informação, quero creditar à intriga, e não há nenhuma outra razão", repetiu taxativamente o secretário Carlos Rayel.



Atualizada e corrigida às 11h35