O deputado estadual e candidato a prefeito de Cuiabá, Guilherme Maluf (PSDB), foi quem solicitou à Infinity Investimentos e Participações, representada pelo lobista Rowles Magalhães Pereira da Silva, a doação do projeto de viabilidade do VLT Cuiabá.
Em documento datado de 17 junho de 2011, enviado ao governador Silval Barbosa (PMDB) e ao ex-secretário extraordinário da Secopa, Eder Moraes (PR), Rowles oficializa o interesse do fundo de participação em ‘doar’ o projeto de viabilidade do VLT ao governo, "atendendo à solicitação registrada por meio de oficio GGM/CGMT nº 046/11 do deputado estadual Guilherme Maluf".
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Segundo Maluf, como parlamentar ele participou de todas as audiências públicas sobre o VLT e enviou o pedido de doação para evitar à época que o governo estadual gastasse R$ 14 milhões com esse projeto.
“Como deputado estadual, participei de todas as audiências públicas que antecederam a decisão tomada pelo Governo do Estado de implantar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) como modal para Cuiabá e Várzea Grande. Na época, como parlamentar, fiz um pedido para que a empresa Infinity Investimentos e Participações Ltda doasse um projeto básico que, se fosse pago, custaria algo em torno de R$ 14 milhões aos cofres públicos. O projeto foi doado e minha participação passou a ser apenas de um apoiador e fiscalizador das obras”, justificou em nota.
O fato é que o tráfego dentro do governo estadual do lobista que se tornou assessor especial do vice-governador Chico Daltro (PSD) tem gerado polêmica entre os atores que de alguma forma participaram do processo.
Nesta quinta-feira (23), numa prova do desconforto em que se transformou a denúncia de fraude no Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) para o governo, o ex-secretário da Copa (Secopa) Eder Moraes sugere que uma das formas para tentar esclarecer o assunto seria colocar frente à frente o ex-deputado e conselheiro do Tribunal de Contas (TCE), Sérgio Ricardo, o empresário Ricardo Novis Neves, o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, e o vice-governador Chico Daltro, do PSD.
Rowles denunciou que a licitação no primeiro semestre do modal de transporte VLT para a Copa 2014 havia sido feita com fraude na escolha e pagamento de propina no valor de R$ 80 milhões. O governador Silval Barbosa (PMDB) e o vice-governador haviam dito na sexta-feira que a denúncia era surpresa.
No último mês, o tema VLT tem dominado a campanha eleitoral entre os candidatos a prefeito de Cuiabá e também membros do governo. Nos últimos 15 dias, o assunto foi dominante também na Justiça Federal, quando o juiz Marllon Souza suspendeu contratos e a obra já em andamento.