O governador Silval Barbosa (PMDB) admitiu atraso nos repasses do setor de Saúde para os municípios e afirmou que o cronograma do Executivo prevê a quitação dos débitos até o final do ano. Segundo ele, o governo já reduziu os débitos de R$ 120 milhões para R$ 30 milhões.

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“Estamos quitando esses repasses. Em Várzea Grande, estamos pagando a parcela de julho”, afirmou. “Em Cuiabá, só falta o mês de agosto”, completou. Só no Hospital Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC), segundo apurou o Olhar Direto, a estimativa é que a dívida chegue a R$ 4 milhões.

Apesar das garantias dadas pelo chefe do Executivo, na última semana, os hospitais regionais de Sorriso e Colíder pararam de receber pacotes cirúrgicos porque a empresa responsável pela desinfecção e esterilização do material não recebe a verba, que já acumulam um montante de R$ 1,5 milhão.

O governador argumenta que o problema dos repasses para a Saúde á antigo - “desde antes do Blairo”, garante – mas está sendo potencializado neste ano por conta da disputa eleitoral que está em curso nos municípios.

Até o Ministério Público entrou no caso, cobrando do Executivo transferências financeiras para a aquisição de remédios e suplementos para tratamento de fibrose cística, cujos pacientes estão sem receber medicamentos há cinco meses.

A Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Cuiabá ainda instaurou inquérito civil para apurar deficiências da farmácia de alto custo do governo em relação ao tratamento de pacientes de esclerose múltipla.

Ainda de acordo com o Ministério Público, a falta de repasses do Estado aos municípios totaliza R$ 50 milhões. Os números têm como base cálculo da Associação Matogrossense dos Municípios (AMM), segundo a qual, o governo não repassou R$ 6,4 milhões a Cuiabá e R$ 3,6 milhões em Várzea Grande.

Hemocentro

Ainda sobre os problemas da Saúde, o governador afirmou que as manifestações contrárias à terceirização da administração do banco de sangue estadual (Hemocentro) são normais, segundo ele porque sempre haverá essa resistência quando por parte dos servidores.

“Quando você vai terceirizar, em todo seguimento, há resistência”, defendeu. “Nós também vamos resistir e fazer o que tem de ser feito para melhorar o atendimento à população”, completou.

Silval argumentou ainda que todas as unidades de Saúde que já foram terceirizadas tiveram melhorias no atendimento. Os servidores, por outro lado, rebatem acusado o governo de sucatear os hospitais e agora o Hemocentro para justificar a terceirização.