Com pouco mais de dois meses pela frente para continuar administrando o município de Rondonópolis, o prefeito Ananias Filho (PR) afirmou que pretende continuar com o trabalho que vinha desenvolvendo e que vai trabalhar para entregar a Prefeitura Municipal ao sucessor com todas as dívidas flutuantes saneadas. Ananias falou pela primeira vez após a derrota nas urnas para o deputado estadual Percival Muniz (PPS) na manhã desta segunda-feira, ao lado da vice-prefeita Bevilacqua (PMDB), de vereadores eleitos e do deputado estadual J. Barreto, já o padrinho político dele, deputado federal Wellington Fagundes (PR), não compareceu ao escritório do irmão de Ananias, o advogado Gilmar de Moura.
Fagundes inclusive foi o principal responsável pela condução da campanha que adotou o discurso do alinhamento político já que “trouxe” para a campanha republicana o governador Silval Barbosa (PMDB), senador Blairo Maggi (PR) além de outros deputados estaduais e federais. Sem comentar a ausência de Fagundes, o prefeito afirmou que o discurso do alinhamento político foi a estratégia encontrada para tentar agregar o maior número de votos, no entanto, ponderou ao avaliar que tantos líderes políticos juntos pode ter sido “um exagero”.
“Eu tinha que escolher um mote e como sempre fui de agregar e nunca recusar apoio essa foi a linha escolhida, mas talvez a dose tenha sido grande demais”, avaliou quando questionado sobre o assunto pelo Olhar Direto. Em entrevista ao OD neste domingo, o vice-prefeito eleito Rogério Salles (PSDB) afirmou que este teria sido um dos maiores motivos da derrota de Ananias. Segundo ele, a população não aceita esse discurso. Mesmo com todos os apoios, o prefeito afirmou que se sentia “lutando contra dois gigantes”, se referindo aos dois ex-prefeitos Percival e o vice eleito Rogério Salles.
Em uma rápida explanação sobre a situação financeira do município, o candidato derrotado afirmou que entre as dívidas contraídas na sua gestão – iniciada em agosto deste ano – está o empréstimo de R$ 20 milhões que estão sendo investidos em asfaltamento, obras que ele pretende entregar ainda este ano. Já com relação a dívidas fundadas, o chefe do executivo reforçou que paga, mensalmente, R$ 950 mil referentes ao acumulado deixado, segundo ele, pelo ex-prefeito e futuro gestor Percival Muniz de R$ 55 milhões. “Da minha gestão foi liquidar todas as dívidas”, reforçou. Ontem, Muniz disse que não aceitará “pagar dívidas deixadas por Ananias”.
Ananias disputou a reeleição depois de ter sido eleito pela Câmara Municipal por meio de eleição indireta, após a cassação do então prefeito Zé Carlos do Pátio (PMDB). Filho foi derrotado pelo deputado estadual e presidente regional do PPS, Percival Muniz, eleito com 60.452 votos, obtendo 39.938 votos, já o petista Juca Lemos alcançou outros 4.412 votos.
Transição
Ananias afirmou que vai esperar os ânimos se acalmarem no “pós-eleição” e o chamamento do prefeito eleito Percival Muniz para que possam dar início ao processo de transição dentro do Executivo Municipal. Ontem mesmo, ele ligou para o adversário parabenizando pela vitória e desejando sorte. “Espero que as promessas sejam cumpridas”, disse e reforçando que não pretende liderar um processo de oposição à próxima administração, mesmo tendo conseguido a eleição de dez candidatos a vereador da sua coligação.
