Visivelmente irritado, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), desembargador Rui Ramos, considerou como 'uma brincadeira de mau gosto' o fato de ele ter que vir a público explicar que não houve fraude nas eleição de Cuiabá no último domingo (07). Ramos garante que votos dados a Lúdio Cabral (PT) e Francisco Faiad (PMDB) foram computados, independente do indeferimento ou não do registro do peemedebista.

"É desrespeitoso explicar isso para quem milita na área eleitoral. É ‘chambinho’ para os atuantes nesta área. É papinha de criança querer discutir o que se sabe e o que se conhece”, disse Rui Ramos.

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“Não tenho receio de admitir o erro”, explicou o presidente sobre a falta de mudança no sistema do tribunal da situação de indeferido para deferido da candidatura do candidato a vice-prefeito, Francisco Faiad (PMDB), companheiro de chapa de Lúdio Cabral (PT). O fato fez o petista aparecer sem nenhum voto no início da apuração no domingo e criou um clima de tensão entre os líderes da campanha de Lúdio e a Justiça Eleitoral.

O presidente ressaltou ainda que boletins de urnas foram disponibilizados pelo TRE-MT e os advogados dos partidos assinaram, pois é dada ciência dos documentos por fiscais e advogados de partidos e coligações. Faiad alega que pela situação de não constar deferida seu registro, os fiscais da coligação não tiveram acesso aos documentos.

Rui Ramos afirma que vai abrir medida administrativa para apurar de quem foi a falha. “Não vou fazer deste tribunal Circus maximus (grande debate)”, pondera.

O desembargador ainda disse que no juízo eleitoral, a juíza de primeira instância não teria que fazer retificação, a não ser que o Tribunal determinasse. “Alguém falhou na hora de trocar a chave de indeferido para deferido. Pode não ter sido falha dela [juíza]. Pode ter sido falha de alguma Secretaria do próprio Tribunal Regional Eleitoral”.

O presidente do TRE garantiu que vai apurar o porquê de não ter sido realizada a modificação no sistema, mas que erro na contagem de votos não aconteceu. Rui Ramos ainda disse que se houver determinação judicial superior para fazer a recontagem será atendida.

O procurador regional eleitoral Marcellus Barbosa disse que não há elementos para que sejam investigados. “Não há motivos para levarmos adiante. O assunto merece ser encerrado, salvo se alguém aqui tiver algum fato novo. Como não há, dou o caso por encerrado”, ponderou o procurador.



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