Candidatos a vereador do Partido Republicano Brasileiro (PRB) decidiram que vão requerer ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) a recontagem de votos dos 17 nomes da sigla na disputa proporcional. O PRB coligou-se com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para disputar vagas à Câmara de Cuiabá.

Presidente do TRE diz que discussão sobre fraude é 'papinha pra criança'

O presidente do partido, Aladir Rocha, afirmou à reportagem do Olhar Direto há pouco, que testemunhas que acompanhavam a apuração no domingo no Centro de Eventos do Pantanal constataram quantidades de votos divergentes para candidatos da sigla no início e no fim da totalização.

Faiad pede investigação sobre compra de votos e recontagem

“Tem testemunha de vários candidatos nossos que viu a contagem no telão e de repente mudou. Na hora que retornou com a falha que houve mudança os votos para trás”, denunciou. “O candidato Neno estava com 800 votos e quando o sistema retornou, ele apareceu com 500 e poucos votos”, reclama.

Além do acirramento dos dois principais candidatos, o início da apuração de votos em Cuiabá no domingo foi marcada por uma falha no sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT).

Os votos do candidato a prefeito Lúdio Cabral (PT) foram zerados na contagem, mesmo com a apuração iniciada, porque o seu candidato a vice-prefeito, Francisco Faiad (PMDB) constavam no registro do sistema do tribunal com candidatura indeferida, quando na verdade era para ser deferida.

A juíza da 1ª Zona Eleitoral, Gleide Bispo dos Santos, não havia sido informada sobre a decisão do pleno do TRE-MT votada um mês antes.

“O PRB não está acreditando no resultado, ainda que seja oficial. Respeitamos o TRE-MT, mas a lei nos dá direito de reivindicar. O tribunal pode até provar que o resultado é real, mas não acreditamos no resultado”, diz Aladir. “Está havendo várias situações e os candidatos estão com dúvida na cabeça”.

Tribunal

O presidente do TRE-MT, desembargador Rui Ramos, rebateu a tese de fraude nos votos em entrevista coletiva nesta terça-feira. Visivelmente irritado, Ramos considerou como 'uma brincadeira de mau gosto' o fato de ele ter que vir a público explicar que não houve fraude nas eleição de Cuiabá.

"É desrespeitoso explicar isso para quem milita na área eleitoral. É ‘chambinho’ para os atuantes nesta área. É papinha de criança querer discutir o que se sabe e o que se conhece”, declarou Rui Ramos. O presidente ressaltou ainda que boletins de urnas foram disponibilizados pelo TRE-MT e os advogados dos partidos assinaram, pois é dada ciência dos documentos por fiscais e advogados de partidos e coligações. Faiad alega que pela situação de não constar deferida seu registro, os fiscais da coligação não tiveram acesso aos documentos.

A assessoria do TRE admitiu a falha, mas garante que o tribunal agiu da maneira mais transparente possível quando constatado o problema, divulgado internamente a apuração e zerando a contagem dos votos.

Na segunda-feira, a coligação da campanha de Lúdio Cabral e Francisco Faiad protocolizou requerimentos para pedir suspeição da juíza Gleide e a recontagem de votos urna por urna para ter acesso aos votos.

A aliança política também solicitou um representante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para acompanhar a eleição em Cuiabá no segundo turno. Ao todo, foram sete procedimentos internos de cobrança da Justiça Eleitoral e para a Polícia Federal (PF).