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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Sanguessugas

Bancada não reverte emendas e Bezerra faz denúncia

Apesar de terem externado indignação ao ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, em reunião ocorrida há pouco, os parlamentares federais de Mato Grosso não conseguiram reverter as emendas de bancada que foram canceladas pelo Palácio do Planalto de forma unilateral, no mês passado. Em reação à decisão do governo federal, o deputado federal Carlos Bezerra, do PMDB, denunciou a "presença de sanguessugas" no Ministério da Saúde.


No total, Mato Grosso perdeu cerca de R$ 97,3 milhões com o cancelamento pleno de duas emendas - uma de R$ 63 milhões, para a BR 163; e outra de R$ 234 milhões, que seria destinada a obras de infraestrutura urbana em Cuiabá - e da redução de uma terceira (de R$ 14 milhões para R$ 1,3 milhão), cuja destinação seria a construção do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso.

A coordenadora da bancada, senadora Serys Slhessarenko, do PT, além da compensação pelas perdas geradas pela anulação e redução de rubricas, cobrou mais respeito no relacionamento entre o Palácio do Planalto e a bancada federal mato-grossense, que sequer foi avisada do cancelamento das duas emendas e da redução de uma terceira. "Isso não pode ocorrer mais. Essa é uma situação inaceitável", protestou Serys, em tom moderado.

Em uníssono, os parlmentares também lamentaram o fato de o Palácio do Planalto estar "desprestigiando" a bancada federal. Neste aspecto, Carlos Bezerra foi veemente ao afirmar que, "infelizmente, os sanguessugas" ainda dão as cartas no Ministério da Saúde.

"A gente vai lá (no ministério) com nossos prefeitos e não conseguimos nada, mas depois aparecem milhões não se sabe de onde", denunciou o peemedebista, numa clara alusão ao esquema da máfia das ambulâncias ou dos sanguessugas, assim convencionada por conta do desvio de recursos do Ministério da Saúde, envolvendo inclusive ex-parlamentares de Mato Grosso, empresários e servidores públicos graduados. 

"Se a bancada perde essa prerrogativa de direcionar os recursos para a sua base, fica difícil. Está ficando muito ruim para os deputados", apelou o deputado federal Wellington Fagundes, do PR, fazendo questão de salientar que esse é um "comportamento que vem ocorrendo em todos os ministérios, de um modo geral". "A gente vai intermediar e não consegue nada", acrescentou o deputado Valtenir Pereira.

Para a senadora Serys, é inconcebível que essa situação se perdure. "Não pode haver o cancelamento de emendas ou redução sem nenhum aviso. E o pessoal da UFMT vem aqui e consegue mais R$ 3 milhões. A bancada precisa ser avisada, porque isso é inadmissível", enfatizou a petista.

Como consolo, ao final da reunião, o ministro apenas se comprometeu em levar os pleitos de compensação da bancada federal ao titular do Ministério do Planejamento, Paulo Haddad, na próxima semana. Em entrevista para o Olhar Direto, o deputado federal Homero Pereira, do PR, salienta que o "mais importante, na atual conjuntura, é recuperar os recursos e manter um relacionamento de alto nível, com respeito mútuo" entre ministros e as bancadas.
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