A taxa de pobreza extrema em famílias com crianças de jovens com idade de zero a 15 anos poderia cair para 0,5% nesta faixa etária em 2013 se o governo federal tivesse criado ainda em 2011 o Programa Brasil Carinhoso (PBC), que passou a complementar a renda das famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família (PBF) e que possuem crianças em casa. O diagnóstico é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e foi divulgado nesta quarta-feira (26.12), em Brasília.
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O panorama tem respaldo na análise do novo desenho instituído em 2012 a partir da criação do PBC. De acordo com o coordenador do estudo, Rafael Osório, esta mudança, embora tenha sido em boa hora, poderia ter ocorrido antes e resultaria em uma redução maior. Segundo ele, são muito poucas as famílias do Bolsa Família que não saem do programa ou não saírão do Brasil Carinhoso.
"O PBF poderia ter reduzido a pobreza extrema de 5,3 pontos para 3,6 pontos percentuais e de 9,7% para 6,4% em famílias com crianças e jovens até 15 anos. O objetivo do estudo era fazer um desenho do novo PBF. O Brasil Carinhoso é um programa integrado ao Bolsa Família. Não podemos ter certeza de cairá para menos que 1% em 2014, mas a queda vai ser muito maior do que temos tido até este momento", avalia.
Segundo ele, as mudanças nas regras de transferência PBF para atender as famílias extremamente pobres e com maior número de crianças se tornou mais eficiente como política de erradicação da pobreza. Osório pondera que, ao transferir um adicional de renda às famílias mais pobres e com mais crianças e jovens, o governo conseguirá um resultado muito mais efetivo em sua política de erradicação da pobreza extrema.
"O Brasil Carinhoso vai gerar grande ganho. É um desenho mais eficiente do que o desenho anterior. A taxa de pobreza extrema em faixa etária de menos de 15 anos pode ser inferior à taxa da pobreza de toda a população", acrescentou
Outro ponto a ser analisado como positivo com a entrada do Brasil Carinhoso foi o foco na faixa etária da pobreza. O pesquisador lembra que nos anos 90, a política de redução foi atendia basicamente o idoso.
"O futuro de uma pessoa depende muito de sua condição social até o seis anos de idade. A criança de zero a seis anos precisa de muitos estímulos e proteção social. Com o novo desenho de programas sociais, a taxa de pobreza extrema em faixa etária de menos de 15 anos pode ser inferior à taxa da pobreza de toda a população", pontua.
