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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Falta de repasses do governo estadual prejudica continuidade da história mato-grossense

Foto: Priscilla Silva - Olhar Direto

Falta de repasses do governo estadual prejudica continuidade da história mato-grossense
Ampliação do conhecimento histórico de Mato Grosso pode ser prejudicada por conta de atrasos no repasse dos recursos do governo do Estado ao Museu de Pré-História Casa Dom Aquino Cuiabá. Com uma renda anual de R$ 150 mil, em 2012 a casa recebeu apenas R$ 30 mil para dar conta da preservação do espaço que hoje guarda mais de mil peças arqueológicas. Ao todo são mais de oito meses sem recursos e há três os funcionários estão com os salários atrasados.


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A construção e manutenção de um lugar adequado para armazenar todo material arqueológico encontrado em cada estado e município seria o ideal para a preservação da história, porém não é o que ocorrem na maioria das cidades. Museu de Pré-história Casa Dom Aquino Cuiabá é o único no Estado que possui estrutura e profissionais qualificados para salvaguardar as peças encontradas, porém o espaço é mantido com dificuldade e atrasos nos repasses dos recursos.

A pesquisadora e responsável pelo espaço, Suzana Hirooka, destacou as dificuldades enfrentadas pela arqueologia no Estado. “Existe um incentivo, mas é insatisfatório para o tamanho da demanda, o que acaba sendo uma coisa pessoal. Você acaba dispondo-se de seus próprios recursos pela sua paixão pela área e para poder construir alguma coisa”, lamentou.

Cidades como Alta Floresta e Cáceres também possuem locais de armazenamento de materiais geológicos, no entanto, não existem profissionais qualificados para realização de pesquisa. “Nesses municípios não contam com uma reserva técnica organizada como a de Dom Aquino, por não ter profissional habilitado. Em Alta Floresta, por exemplo, quem está atuando é um geólogo”, explicou a pesquisadora.

Durante visita á Cuiabá, o renomado arqueólogo francês, André Prous, também falou da falta de locais adequados para o trabalho arqueólogo e citou como exemplo a criação de do setor de Arqueologia do Museu de História Natural da UFMG. “É importante que no estado haja uma estrutura adequada e preparada para isso [receber os matérias arqueológico], porque a quantidade de material vem aumentado exponencialmente e as instituições não têm espaços tão grandes e além do espaço tem que ter a faxineira, alguém para catalogar e para cuidar e isso supõe investimentos e é importante que os estados e municípios colaborem,” ressaltou.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura do Estado foi questionada pela reportagem do Olhar Direto sobre o atraso nos repasses dos valores a Casa Dom Aquino e foi informada, que os débitos serão normalizados até março deste ano.
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