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Terça-feira, 16 de julho de 2024

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Pesquisador dá dicas sobre como agir durante uma tempestade de raios

Segundo o pesquisador da Universidade do Estado do Pará (Uepa) José Alberto Sá, as pessoas que ficaram feridas, por conta do raio que atingiu o campo de futebol na ilha de Mosqueiro no último sábado (23), foram atingidas de forma indireta pela descarga elétrica. “A situação que aconteceu lá no campo de futebol é típica de uma descarga indireta do raio. O raio atingiu ou o solo ou alguma estrutura próxima, e de uma forma indireta, esse raio vai se perpetuando ao solo e atingindo as pessoas”, explica.


De acordo com o pesquisador, estar em local aberto é um dos maiores riscos durante uma chuva com raios. “O problema é, no momento da chuva, de uma tempestade, você estar em campo aberto. O que a gente sempre recomenda é que, percebendo o primeiro trovão, a pessoa procure um abrigo. No caso do campo, o que aconteceu, provavelmente, é que as pessoas continuaram jogando futebol durante a tempestade, e esse raio que caiu veio a fazer uma conexão com o solo. Houve uma transmissão pelo arame farpado, ali pela cerca, o que é muito comum de acontecer por se tratar de um condutor elétrico”, explica Sá.

Ao perceber uma tempestade de raios, o especialista orienta que a pessoa procure um abrigo imediatamente. “Tem que interromper o que tiver fazendo, ir para um abrigo, e depois retomar as atividades normais”, ressalta.

Segundo Sá, porém, nem todo local é adequado para servir como abrigo durante uma tempestade de raios. “Eu sempre coloco assim: são três momentos diferentes. O primeiro é o que vem antes de chegar a tempestade, daí você escuta o trovão, já procura o abrigo, preferencialmente dentro de um veículo, porque vai estar totalmente protegido (se esse veículo estiver com as portas fechadas). Já durante a tempestade, você tem que procurar um local fechado. Evitar, por exemplo, num prédio, ir para a sacada; porque é um lugar semiaberto. Você também não pode ficar próximo de aparelhos que estejam ligados a rede elétrica, essa é a regra básica. Porque uma descarga indireta pode lhe atingir”, comenta.

Outra recomendação do pesquisador é evitar praias e piscinas durante as chuvas. “De jeito nenhum. A tempestade estando presente, você deve sair da praia, jamais ficar debaixo de quiosque, barraca, isso em nada vai proteger”, afirma.

Inédito
O raio que atingiu um campo de futebol na ilha de Mosqueiro, no último sábado (23), deixou muitos moradores assustados. No momento em que o raio caiu estava chovendo, e cerca de 50 pessoas estavam no campo, onde era disputado um campeonato amador de futebol. Com a descarga elétrica, algumas pessoas tiveram ferimentos leves.

O treinador de futebol Levi Souza teve queimaduras no braço e nas costas. Ele estava parado junto a um muro na beira do gramado quando o raio atingiu o campo. “Quando aconteceu isso, eu fui jogado um metro para o lado. Ninguém esperava. Nós ficamos com medo, porque não atingiu só o meu time, o outro time também. Se tivesse caído no meio do campo, todo mundo morria”, conta.

O acidente aconteceu durante um intervalo de uma partida. A maioria dos jogadores estava nos arredores do campo, próximo aos bancos de reserva. Eles contam que a chuva não era forte, mas que viam relâmpagos a distancia. O que eles não imaginavam é que uma dessas descargas elétricas cairia justamente no campo. “No momento em que deu aquele clarão muito forte, com aquele estouro a gente acaba não vendo nada. E depois dessa situação aí, questão de 5 segundos no máximo, aí foi que a gente viu os colegas jogados no chão, outros queimados na costa, na perna... Naquele momento a gente só pensava em acudir né? Nós, que estávamos melhor, só pensávamos em acudir os colegas”, lembra o radialista Pedro Paulo Durinho.

As testemunhas contam que a eletricidade teria percorrido a cerca de arame em volta do campo. Nas construções de alvenaria que abrigam os bancos de reserva, as paredes foram danificadas. Muitas pessoas dizem que chegaram a sentir os efeitos da corrente elétrica. Outras se machucaram com os estilhaços dos tijolos. “A gente ficou sem entender o que estava acontecendo. Até então a gente pensou que era uma bomba, alguma coisa assim. Depois que a gente foi entender que tinha sido realmente um raio que tinha caído”, lembra o vigilante Sidney Pamplona.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a maior incidência de raios aqui no Brasil ocorre na Amazônia. Fatores como o calor e a umidade provocam tempestades, o que aumenta as chances de descargas elétricas. O campo atingido neste final de semana fica perto da praia do Carananduba, em Mosqueiro. O terreno, cercado por árvores, também fica próximo a duas torres de telefonia, que têm para-raios no topo.

Dona Lindalva Barros, proprietária do campo, diz que nunca imaginou ver algo assim. “Eu pelo menos, nunca tinha visto. A gente vê assim que acontece numa árvore, que a gente vê que a árvore se desfez, que quebrou as copas, mas aqui eu nunca tinha visto, foi a primeira vez”, diz.
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