O ex-deputado Ságuas Moraes, titular da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), colocou em xeque o caráter da Secretária Adjunta de Estrutura Escolar da Seduc, Vanice Marques, e disse que “ele não trabalhou porque não quis; estava com muita pressa de mudar tudo e substituir pessoas, o que não é tão simples”.
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Ságuas lamenta que Vanice tenha saído atirando, por conta da criação de uma nova estrutura interna, e explica que a implantação da Comissão de Acompanhamento de Projetos Federais da Seduc, já estava prevista seis meses antes de sua posse na adjunta de Estrutura Escolar, em dezembro do ano passado.
“Os investimentos em convênios com o governo federal estão concentrados nessa Comissão, como aquisição de carteiras e de ar condicionado”, afiança Ságuas, para a reportagem do Olhar Direto, negando que fosse qualquer retaliação à postura da antiga auxiliar. “A Comissão vai acelerar o andamento dos projetos”, pontua ele.
“De qualquer forma, o projeto passa obrigatoriamente pela superintendência e secretaria adjunto da área, sem possibilidade de ir direto para o gabinete. Temos carência de pessoal, principalmente engenheiros que saíram para a Secopa e a iniciativa privada”, revela o titular da Seduc, para justificar a criação da Comissão de Acompanhamento de Projetos Federais.
Sobre o suposto impedimento de Vanice em nomear sua equipe, o secretário se exime de culpa e destaca que a Seduc possui indicações de todos os partidos, não apenas de PSD e PT. “Temos profissionais indicados por todos os partidos e todos os setores. A Secretaria não é ‘porteira fechada’. E cada nomeação passa obrigatoriamente pela Casa Civil, para ter a chancela do governador”, responde Ságuas.
“Na definição do retorno do partido PSD à base do governo Silval Barbosa, em dezembro de 2012, fui indicada neste cargo na Seduc ao Governador, que aceitou meu retorno ao governo pelo histórico de nossa contribuição e trabalho, anteriormente por sete anos na Casa Civil, Fapemat e Secretaria de Turismo”, avalia Vanice, fazendo um histórico de sua participação no Poder Executivo.
“Na minha vida pública sempre prezei pelo respeito ao ser humano e resultado no trabalho... Lamentavelmente temos um sistema educacional ainda arcaico e que prejudica sobremaneira o aprendizado e evolução do aluno ao acesso à informação e tecnologia”, pontua a adjunta demissionária. “Mas podemos fazer a diferença quando temos uma gestão comprometida com o resultado e preocupada com nossos clientes, que são professores, alunos, pais, funcionários, etc. Não foi o que encontramos na Seduc”, revela Vanice Marques.
A irmã do deputado português denuncia que foi cerceada de cumprir sua função de gestora orçamentária. “Na Seduc, por dois meses que estive fui impedida de implantar rotinas administrativas, criar sistemas de transparência, alterações de responsabilidades entre funcionários, foi-me solicitado expressamente assinaturas em processos incompletos”, garante ela.
“Foi-me negado por diversas vezes acessos a documentos (referentes à minha responsabilidade) para análise, e por fim para me excluir definitivamente das discussões e decisões de investimentos, publicaram um núcleo executivo tirando 90% da execução orçamentária da pasta sob minha responsabilidade”, afiança Vanice.
Ságuas Moraes não atendeu nem retornou às ligações da reportagem do Olhar Direto. A assessoria da Seduc informou que Ságuas estava numa reunião “incomunicável”, em seu gabinete, podendo retornar, sem seguida.
O secretário não quis avaliar o confronto do PT com PSD, sob o argumento de que isso é um tema institucional e cabe às executivas estaduais de cada agremiação, se posicionar.
