Com o Estádio Presidente Dutra lotado de torcedores que vestiram a camisa 12 e vieram empurrar o time da casa, o saldo não poderia ser outro. Um jogo que tinha de um lado um time sem série e do outro um da série A. Já dizia um torcedor na arquibancada: "Nem o mais otimista acreditava nisso", mas no futebol tudo é possível. De virada, o Mixto venceu um time que tem o nome de vecedor no escudo, mas dentro de campo não mostrou isso.

Mixto sofre mas consegue a classificação para a próxima fase do Estadual
Dutrinha não terá arquibancada móvel no jogo entre Mixto e Vitória-BA pela Copa do Brasil

De virada, o time cuiabano atendeu aos gritos da torcida e mostrou que não é só nos contos que Davi venceu Golias. No Dutra, o adversário era o Vitória da Bahia, mas a vitória saiu para o time de Cuiabá e de virada por 2x1.

O primeiro desafio na Copa do Brasil e o pequenino Mixto venceu o gigante time baiano que colocava medo por conta de um resultado no último clássico contra o Bahia, mas aqui o resultado favoreceu quem entrou com coração na ponta da chuteira e precisava vencer para de novo ganhar o reconhecimento da torcida, que é considerada a maior do Estado.

Na partida, o time do Vitória deu o primeiro chute no gol, mas o Mixto ditava o ritmo de jogo. Com mais atitude o time da casa logo foi pra cima, mas parou nas boas defesas de Deola. O time baiano respondia nos contra ataques, mas do lado mixtense também tinha um bom defensor chamado André que fechou o arco, mas não por muito tempo.

O time cuiabano foi pra cima com Kiko, mas após um passe errado o Vitória chegou ao ataque com Maxi, o primo do Messi, que foi derrubado e o juíz marcou falta. Escudeiro cobrou e Luiz Alberto subiu de cabeça e fez o primeiro gol do jogo. A torcida se calou por alguns minutos e o placar no Dutra estava a favor do time baiano.

Essa, no primeiro tempo, foi uma das únicas chances do Rubro Negro, e bem aproveitada. Em seguida o Mixto acordou e mostrou que no Dutra não era fácil ser batido. Marcley apareceu várias vezes, mas bem marcado pouco finalizou, Quem teve boa chance foi Giovane, que chutou duas vezes a primeira o goleiro defendeu e a segunda foi na trave.

A cada chute no gol, a cada lance a torcida vibrava. O Dutrinha parecia um caldeirão pintado de preto e branco e essa força vinda das arquibancadas fizeram com que o time reagisse, a bola não entrava, mas o Vitória se assustava a cada toque de bola que o time cuiabano dava.

No fim do primeiro tempo o Mixto chegou de novo com Marcos Bahia, que apesar do nome ser conterrâneo do time que era enfrentado, foi pra cima do adversário chutando de longe, o goleiro Dola parou no meio do gol e olhou, a bola caprichosamente procurou o angulo, mas acabou batendo onde a coruja dorme e se perdeu na linha de fundo. Os ânimos dos torcedores eram cada vez maior e mesmo perdendo o time saiu de campo na primeira etapa aplaudido. Um aplauso que no vestiário foi lembrado e os jogadores voltaram renovado.

O técnico Cláudio Adão disse que o Mixto seria outro, e de fato foi. Paulo Henrique foi pro jogo e logo na primeira chance a bola foi para escanteio. Lembrando que o primeiro gol do Jogo feito pelo time baiano foi de bola parada e o Mixto quis responder com a mesma moeda.

Kiko na bola olhou para a área e viu que o maior naquele bolo era mixtense e se chamava Júnior Soares. A torcida pedia "Gol, Gol" e o pedido foi atendido. Escanteio cobrado e o zagueirão Soares subiu e fez o tento de empate.

O jogador cuiabano foi para a torcida. A arquibancada tremia e o plcar marcava 1x1, esse resultado já era considerado muito bom para o time da casa, mas pela forma que o alvinegro jogava, um empate seria um resultado desfavorável e por isso o Mixto queria mais. Após esse lance a torcida que já era o 12º jogador parece que empurrava a cada canto e dentro de campo o time da csa respondeu.

Não se iludindo com um time que havia goleado no fim de semana passado, não se iludindo com um time que é da Série A, não se iludindo com um time que tem o primo do Messi, melhor jogador do mundo em campo, apenas pensando em garantir o segundo jogo no Barradão e levar o nome de Mato Grosso para o Brasil, o Mixto continuou ditando o ritmo e colocou o Vitória da Bahia na roda.

Os cuiabanos já estão acostumados com o Dutrinha e sabem os atalhos do campo e por esses atalhos o time do povo virou. Giovane sofreu falta na intermediária e o batedor oficial do time, Kal, já havia sido substituido por Odail Junior, que chamou a responsábilidade para sí na cobrança e chutou forte. A bola quicou na frente de Deola que apenas viu a bola entrar e a torcida mixtense explodir novamente. Era o gol da virada e da vitória aos 37 do segundo tempo.

O menino de 23 anos, que estava no banco, que ficou mais de 40 dias só na fisioterapia e teve poucas oportunidades no Campeonato Estadual entrou para resolver o problema mixtense e fez os alvingeros soltarem o grito de gol da garganta. O time que não marcava desde a derrota para o União por 3x0, teve a estrela de dois zagueiros que deu a vitória par o time da casa e deixou o Vitória levar na bagagem uma derrota para um time de Mato Grosso que não está em nenhuma Série do Campeonato Brasileiro.

Mixto 2x1 Vitória. Um jogo que vai demorar para sair da memória do torcedor mixtense. Uma noite que vai ser lembrado por muito tempo. Um  jogo do time desacreditado contra um que é da Série de elite do Brasileirão e tinha goleado no último clássico contra o Bahia. De verdade, novamente prevaleceu o ditado. "Jogo é jogado e lambarí é pescado".