O governador Silval Barbosa (PMDB) chamou para si a responsabilidade das críticas feitas pelo ex-líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Romoaldo Júnior (PMDB), ao secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf (PR), de que o secretário não tem palavra, não cumpre aquilo que promete e que por isso teria tornado a liderança dele insustentável.

A defesa de Nadaf foi feita durante encontro Regional do PMDB que começou por volta das 10 horas, no Centro de Eventos de Várzea Grande. Silval disse que ainda não conversou pessoalmente com Romoaldo, mas que estranhou as declarações dele por que, dentro do possível o governo vem atendendo o pleito dos parlamentares.

Nadaf derrama elogios a Romoaldo e diz que novo líder é será apresentado após o recesso
Romoaldo Júnior afirma que deixa a liderança porque Pedro Nadaf não é “homem de palavra”

A realidade de hoje não é a mesma de 10, 15 anos atrás, a política está mudando muito. Às vezes a gente não consegue tudo aquilo que pensa nos encaminhamentos. O Pedro não faltou com apoio de encaminhamento, como também não falta interlocução com os Poderes. A maioria dos encaminhamentos dos parlamentares eu mesmo que tenho feito com o próprio Romoaldo e com os deputados. Eu achei estranhas as declarações do líder”, disse.

Silval declarou ainda que os pleitos que não foram atendidos é por que realmente não existe há condições financeiras e a ordem para não atender parte dele. “Eu tenho sido muito duro com os meus secretários no sentido de que eles não façam compromissos que não possam ser cumpridos. Quem está jogando muito duro e com a rédea sou eu por que não quero mais que secretários, dentro da sua vontade, saiam atendendo todo mundo pra depois não cumprir, daí fica o governo como caloteiro”, asseverou trazendo mais uma vez a ‘culpa’ para si.

O governador ainda assumiu mais uma falha que pode ter culminado no estresse de Romoaldo, o acúmulo da liderança, com a presidência da Assembleia Legislativa. “Talvez tenha sido uma falha minha o acúmulo de trabalho que ficou na responsabilidade do Romoaldo. A gente achava que essa questão do Riva (perda da presidência por demanda judicial) seria passageira, então por isso eu o permaneci na liderança. Exercer o cargo de presidente e de líder ao mesmo tempo não é fácil não. Eu já estive na presidência e acompanhei a atuação de líderes na Assembleia Legislativa. O papel do líder é conversar mesmo, é articular, encaminhar votação, interlocução”, finalizou.

Antes da volta do recesso parlamentar, marcado para o dia cinco de agosto, o chefe do executivo deve anunciar o novo líder do governo.

Entenda o Caso

Mesmo diante do apelo do governador Silval Barbosa (PMDB), o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) deixou a função de líder do governo na Assembleia Legislativa e jogou a responsabilidade no colo do secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf. “Infelizmente ele não honra a palavra empenhada. Não sustenta sentado o que fala em pé”, disparou Romoaldo, para a reportagem do Olhar Direto.

Presidente em exercício da Assembleia Legislativa, Romoaldo Junior disse que passou por um desgaste imenso, nas últimas semanas, por causa da briga por liberação de emendas parlamentares à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2012 e 2013. “A gente sentava para discutir e formatar tudo, deixando encaminhado. De repente ele não cumpria e, lógico, os deputados ficam revoltados com razão”, pontua o ex-líder.

Romoaldo júnior citou as últimas negociações com os parlamentares para a votação de novo empréstimo de R$120 milhões para a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) concluir a Arena Pantanal e, também, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). “Foi empenho pessoal meu. Pedi que votassem pela nossa amizade e companheirismo e, graças a Deus, aprovamos tudo”, disse ele.

“Foram dias terríveis, principalmente por causa da autorização para o financiamento [empréstimo da Secopa]. Apanhei de tudo quando é lado”, recorda o presidente em exercício.

“É lamentável dizer que o secretário Pedro Nadaf não deu respaldo para os deputados. Conversei pessoalmente com cada colega e dirijo um agradecimento especial aos que compreenderam e votaram em apoio ao governo”, lembrou.

“Sem sintonia fina com a Casa Civil é impossível atuar como líder do governo. Nos três anos em que ocupei o cargo, eu tive o respaldo dos ex-secretários Eder Moraes e José Lacerda, mas com o Nadaf não deu certo, porque não houve apoio”, disse Romoaldo, tratando de livrar a cara de Silval Barbosa.