O presidente sindicato dos motoristas profissionais e trabalhadores em empresas de transporte terrestre de Cuiabá e região (STETTCR), Ledevino da Conceição, afirmou que o retorno dos cobradores e principalmente de dinheiro em espécie dentro dos ônibus da Capital só atende a interesses político ao invés de ser uma solução aos problemas enfrentados pelos usuários e profissionais da área.

“Os interesses políticos por trás disso estão sendo maiores que as necessidades dos usuários e dos profissionais envolvidos”, disse Ledevino, em reunião com o prefeito Mauro Mendes, para apresentar ao político a posição de toda categoria em relação as duas leis enviadas pela Câmara dos Vereadores para sansão do chefe do Executivo Municipal, uma prevendo a circulação de dinheiro e outro a volta dos cobradores.

“Eles informam a população só pela metade e usam isso como jogada política. É tudo politicagem. São todos politiqueiros. Se os cobradores voltarem a tarifa vai aumentar. E se o dinheiro voltar vão voltar os assaltos. Não são eles que vão os vereadores que vão ser assaltados”, continuou, sem citar o nome de nenhum dos parlamentares que votaram favoravelmente às duas leis.

Segundo dados levados pelo STETTCR, quando havia circulação de dinheiro nos ônibus de Cuiabá, a média anual era de 700 assaltos, cerca de 58 por mês. Em 2013, sem a circulação de dinheiros, nos seis primeiros meses foram contabilizados 80 assaltos, o equivalente a menos de dois meses de quando a moeda em espécie era utilizada.

Junto de Ledevino, outros 39 motoristas e funcionários de empresas de transporte público da capital, vários deles ex-cobradores, participaram da reunião com Mauro Mendes, para sustentar os mesmos argumentos. Olmir Justino, diretor financeiro do sindicato, conta que em nove anos trabalhando no transporte público foi assaltado nove vezes. “E me considero uma pessoa de sorte”.

Um motorista que não disse o nome afirmou estar traumatizada com assaltos. Ela conta nos últimos meses de dinheiro em espécie sendo aceito nos ônibus já não parava para pessoas sozinhas depois das 22h. “Eu achava que ia ser assaltada. Já colocaram uma faca no pescoço de um amigo meu. Já me assaltaram três vezes”, contou.

Para os funcionários do transporte público, a população só pede o retorno dos cobradores porque tem dificuldade em recarregar e comprar o cartão transporte. “Se esse serviço for melhorado não vão precisar do cobrador de novo”, disseram.

Resposta no fim da tarde

O prefeito Mauro Mendes afirmo que irá analisar os argumentos da categoria e também o dos vereadores que propuseram as leis para decidir se irá ou não sancionar as leis aprovadas pela Câmara dos Vereadores. Segundo ele, até o fim do dia de quarta-feira (31) será tomada uma decisão.

“Vamos analisar tudo de forma técnica. Não podemos tomar uma decisão politiqueira, mas sim o que for melhora para Cuiabá”, disse em entrevista à imprensa. Outros três projetos de lei envolvendo o transporte publico municipal também devem ser sancionados ou vetados nesta quarta, um estendendo o beneficio do passe livre aos pós-graduandos, outro eliminando as limitações de horários e um ultimo aumentando o tempo para integração.