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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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FALTA VISÃO MODERNA

Assembleia diz que governo Silval usa ‘gestão de saúde’ da época de Dante e não aceita culpar OSS por caos

Foto: Ednilson Aguiar/Secom-MT

Guilherme Maluf não admite que governo jogue sobre os ombros da OSS a responsabilidade pelo caos, na saúde

Guilherme Maluf não admite que governo jogue sobre os ombros da OSS a responsabilidade pelo caos, na saúde

O vice-presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado estadual Guilherme Maulf (PSDB), não aceita a estratégia do governo Silval Barbosa de responsabilizar as Organizações Sociais de Saúde (OSS) pela situação caótica enfrentada pelo setor.


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“Creio que deve-se discutir o formato de atendimento como um todo. E é lamentável que o governo Silval Barbosa utilize, quase 20 anos depois, a mesma política do governo Dante de Oliveira, baseado em hospitais regionais e policlínicas na atenção básica”, afirma Maluf, antecipando o seu primeiro pronunciamento a ser feito na reabertura dos trabalhos legislativos, no segundo semestre de 2013.

Maluf afirma que a Comissão de Saúde da Assembleia não aceita a estratégia da administração Silval em culpar as OSS pelas falhas graves nos hospitais regionais nem na Farmácia de Alto Custo. Ele entende que o Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (Ipas) cumpre ordens da Secretaria de Estado de Saúde.

“A população cresceu. E a gestão [servidores, médicos e paramédicos] também explodiu em número e custo. Mas continuamos praticando o formato implementado pelo governo Dante na década de 1990 e, o que é pior, sequer foram discutidas novas alternativas”, pontua ele.

Atuando na medicina há quase três décadas, Maluf observa que o problema o problema maior está na ‘célula principal’ do funcionamento da saúde: a necessidade de fixar os médicos nos municípios. “E, lógico, lhes dar condições de trabalho. Não adianta fixar o médico numa cidade distante dos grandes centros sem que a prefeitura tenha sequer um raio X ou um laboratório de análises clínicas”, observa o deputado tucano.

“O que estão fazendo, tentando culpar as OSS, é uma maldade. Temos hospitais regionais, como Sorriso e Cáceres, em que há 90% de satisfação, enquanto outras, como Colíder e Alta Floresta, fica abaixo de 50%. Devemos manter onde está dando certo e reformular onde deu errado”, ensina Maluf.



Maluf não acredita que retirar as OSS, para retorno da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), seja solução. “Eu não vi a tabela do SUS funcionar em lugar nenhum”, compara ele. Maluf diz que a Comissão de Saúde da Assembleia está analisando desde o funcionamento do Programa Saúde da Família (PSF), nos municípios, até o atendimento de Alta Complexidade. “Qual a política de saúde que desejamos para Mato Grosso? Isso não foi discutido pelo atual governo”, critica Guilherme Maluf, deixando a ambigüidade para uma impressionante guinada rumo à oposição.

Sobre a Farmácia de Alto Custo, Maluf admite que pode ter havido omissão dos gestores. Todavia, o deputado do PSDB adverte que o Ipas não tinha responsabilidade sobre a compra de medicamentos, mas, sim, sobre a distribuição pela Central Estadual de Abastecimento de Insumos de Saúde (Ceais). A aquisição e entrega era responsabilidade da SES.

Outro lado

A Secretaria de Estado de Saúde informa, via assessoria, que somente o secretário Pedro Nadaf, chefe da Casa Civil, tem autorização para responder aos deputados, principalmente quando se trata do CEAIS – Farmácia de Alto Custo. Nadaf estava em reunião com o núcleo sistêmico do governo Silval e não atendeu nem retornou às ligações da reportagem do Olhar Direto.
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