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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Polícia começa ouvir testemunhas sobre ônibus escolar que pegou fogo e matou criança de 4 anos

Foto: Olhar Direto

Gabriel morre carbonizado em incêndio de ônibus escolar

Gabriel morre carbonizado em incêndio de ônibus escolar

A delegada Azuen Albarello começou a ouvir testemunhas e responsáveis pelo ônibus escolar que pegou fogo em Aragarças, divisa com Mato Grosso, e vitimou Gabriel Estevão Satel, 4 anos, na quarta-feira. Mais cinco crianças e dois adultos foram hospitalizados após o incêndio. A polícia pretende apurar quais eram as condições de funcionamento do veículo, que segundo os pais das crianças, já apresentava problema no dia anterior e na manhã de tragédia também estavam enfumaçando no motor. 


Ônibus escolar pega fogo e uma criança morre queimada na divisa de Mato Grosso

O motorista e proprietário do ônibus, Oclécio José Severino, que foi hospitalizado, caso seja liberado pelos médicos, deve ser ouvido ainda hoje. “Nós queremos saber as condições do ônibus e como ocorreu o acidente”, frisou Azuen. Durante visita ao hospital e ao velório de Gabriel, os pais das crianças falaram sobre as condições do veículo.

“Nós precisamos formalizar tudo isso e vamos começar a partir de hoje”, completou Azuen que estava ouvindo nesta tarde de quinta-feira, uma merendeira que testemunhou o início do incêndio. Sobre as condições de rodagem do ônibus, a delegada disse que recebeu um laudo de vistoria no DETRAN enviado pela prefeitura onde diz que o veículo havia sido vistoriado há vinte dias.

Todavia a portaria, 023/2012 do DETRAN de Goiás recomenda que as prefeituras a contratação de ônibus no máximo oito anos de uso, porém esse que pegou fogo em Aragarças tem 17 anos. A recomendação do DETRAN se tornará obrigatória a partir de 2014, mesmo com a resistência de prefeituras que alegam que não dinheiro para renovar a frota escolar em Goiás.

Segundo a delegada, o motorista Oclécio irá responder por homicídio culposo (sem tem intenção de matar), mas se ficar constatado que houve negligencia sobre as condições do ônibus, ele pode ser indiciado por doloso, aquele que assume o risco presumível. “Eu prefiro aguardar o laudo da pericia que deve sair dentro de 15 a 30 dias”, explicou Azuen.

Os moradores da região do córrego das Mulas, na BR 070, informaram que o ônibus já vinha com problema há três meses e alertaram o motorista sobre o risco. Gabriel foi sepultado na tarde de quinta-feira sobre forte emoção em Aragarças. A mãe Rosângela, que trabalha numa fazenda do município, disse que ficou triste com a morte do filho e aliviada porque os outros dois que estavam também no ônibus: Poliana, 10 anos e Antônio, 6 anos, conseguiram escapar.

O jovem Célio Donizete, 18 anos, que pegava carona no ônibus, se tornou herói, pois enfrentou o fogo e ajudou a salvar as crianças quebrando janelas e retirando os garotos. Porém ele chorou ao saber da morte da Gabriel que era pequeno e os colegas só perceberam que ele não tinha saído quando o fogo já estava alto. O fato absurdo e que deve ser reavaliado é sobre a porta de trás do ônibus que estava travada, cujo travamento é previsto pelo DETRAN seguindo orientação do MEC, para evitar que as crianças caiam durante a viagem ou algo assim, porém esse fato contribuiu com a tragédia.

Como o fogo teve início na parte da frente do ônibus, as crianças correram para o fundo e Gabriel se escondeu debaixo de uma poltrona. No desespero as crianças começaram a pular a janela e quando estavam já fora é que perceberam que Gabriel tinha ficado lá dentro e as chamas.

Célio que queimou a orelha e parte dos braços, chorou ao tomar conhecimento de que não conseguiu salvar Gabriel. Os feridos tiveram queimaduras em primeiro grau leve. O prefeito de Aragarças, Aurélio Mendes, lamentou o fato e disse que irá apurar se houve falha por parte da empresa que era responsável pela manutenção do ônibus e anunciou que já pediu ajuda do governador Marconi Perilo para comprar novos ônibus e renovar a frota escolar de Aragarças.

Na rede social, diversos alunos reclamaram também as condições de ônibus escolares de Baliza, Bom Jardim, Piranhas e Araguaiana e alguns que até levam estudantes para universidade. “Teve que esperar a morte de um inocente para fazer o certo que é fiscalizar esses ônibus. A gente espera que haja providência nesse sentido”, destacou dona Elizabeth da Silva que consolava a mãe de Gabriel durante o enterro.
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