O presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel (PSD), afirmou em entrevista para o Olhar Direto que ameaça de abertura de três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), anunciada na noite desta quinta-feira (22) para investigar supostos atos de improbidade da presidência do Legislativo e também de grilagem de terra enquanto ele esteve no comando da Secretaria Municipal de Habitação, reflete o desespero do Palácio Alencastro frente à primeira CPI aberta para investigar o  prefeito Mauro Mendes (PSB).

Secretário de Mauro Mendes acusa presidente da Câmara de Cuiabá de “só pensar em dinheiro”
Vereadores desejam investigar Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá em votação da LDO e sobre gastos da Casa

“Sou favorável toda e qualquer investigação, só acho estranho no momento e que abrimos a primeira CPI para investigar supostos atos de improbidade do prefeito, colegas da base da governista querem uma CPI contra mim para apurar questões de 2009 que já foram julgadas inclusive pelo Tribunal de Contas do Estado. Para mim fica claro que é uma tentativa de me confrontar, de amedrontar o Legislativo, não vejo outra coisa”, disse.

Das três CPIs que estão sendo avaliadas pelos governistas, além da relacionada à grilagem de terras enquanto esteve secretário de Habitação, uma seria para apurar se João Emanuel cometeu ou não irregularidades na condução do processo legislativo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada em 27 de junho, quando o texto original enviado ao prefeito Mauro Mendes (PSB) recebeu várias emendas, e outra não confirmada por falta de assinaturas, que seria para investigar os gastos da atual Mesa Diretora da Câmara.

Sobre a questão da LDO, o vereador reafirmou que não vê problemas na investigação e afirma que todas as emendas encaminhadas foram votadas e que tudo ocorreu dentro da maior lisura. Com relação aos apontamentos de gastos da mesa diretora, ele rebateu dizendo que atualmente a Casa de Leis tem 70% do seu orçamento comprometido com custeio de pessoal e 30% para manutenção dos 25 gabinetes, e que não há gasto exacerbado simplesmente porque o orçamento está apertado.

Assinaram as CPIs os vereadores Leonardo de Oliveira (PTB), Adevair Cabral (PDT), Haroldo Kuzai (PMDB), Dilemário Alencar (PTB), Luiz Henrique (PRTB), Adilson da Levante Machado (PSB), Júlio Pinheiro (PTB), Wilson Kero Kero Nonato (PRP), Lueci Ramos (PSDB), Orivaldo da Farmácia Júlio Alves (PRP), Faissal Kalil (PSB), Vanderlei Alves de Moraes ‘Derlei Primo’ (PRTB) e Domingos Sávio Parreira (PMDB).

Resposta ao secretário Kleber Lima:

O presidente lamentou as declarações do secretário municipal de Comunicação, Kleber Lima, que afirmara que ele "só pensa em dinheiro" e que a abertura de CPI por parte da Câmara Municipal para investigar suporto favorecimento por parte do prefeito Mauro Mendes em locação de máquinas pesadas, seria uma forma de a Câmara pressionar o prefeito para aumentar o repasse do duodécimo.

“Em nenhum momento houve isso. Nunca pressionamos ninguém a nada. Esses ataques pessoais mostram a desestabilização do Poder Executivo. Essa é forma como eles vêm se comportando diante da fiscalização do Poder Legislativo. Vamos continuar com nosso papel, é ele quem tem que explicar com como foram gastos R$ 1bilhão”, finalizou.