No momento em que enfrenta a pior crise de relacionamento com a Câmara de Cuiabá, o prefeito Mauro Mendes (PSB) aproveitou o clima de descontração do ato de filiação da ex-senadora Serys Slhessarenko ao PTB, na noite desta sexta-feira, no Hotel Paiaguás, para desabafar e fazer até mesmo piada sobre as agruras do cotidiano.
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“Ser prefeito é igual professor de matemática: é obrigado a resolver um problema a cada hora e uma equação a cada dia”, destaca ele.
E, em seguida, num raro acesso de sinceridade absoluta, apontando para o ex-prefeito Chico Galindo, presidente da Executiva Estadual do PTB, Mendes disparou: “vi que peguei uma bomba e o senhor sabe disso!”. No ritmo do bom humor do prefeito, a assistência formada majoritariamente por correligionários e amigos de Serys quase desabou em gargalhada.
Num recado indireto ao presidente da Câmara, vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD), Mauro Mendes advertiu que a sociedade não aceita mais jogo de cena, em defesa de interesses pessoais. “A população repudia as velhas práticas políticas”, afirma ele, em tom de provocação.
Mendes confessou que o que mais sente é ser obrigado a deixar de lado a família para se dedicar aos assuntos da Prefeitura de Cuiabá. “Na vida publica, tive de abrir mão da família... enfim, da vida pessoal”, pontua ele.
Antes de ser candidato pela terceira vez, em 2012, vindo de duas derrotas (uma para a Prefeitura de Cuiabá, em 2008, e outra para governador, em 2010), o prefeito revelou que a primeira-dama Virgínia Mendes, às vésperas da convenção do ano passado, tentou dissuadi-lo do pleito.
“Minha mulher perguntou se eu perdesse seria minha última campanha. E eu respondi que, em caso de derrota, seria candidato apenas mais três vezes. Enfim, venci”, observou Mauro Mendes, deixando no ar a perspectiva de novas candidaturas, no futuro.
“Eu tenho orgulho de ter uma mulher que me ajuda a concretizar o meu sonho de sempre tentar ajudar o próximo”, resume Mendes.
Entenda o caso
Nos últimos dias, o pouco amistoso relacionamento de Mauro Mendes com o vereador João Emanuel se transformou em “batalha campal”, com manobras políticas e trocas de acusações de lado a lado. Na próxima semana, começam a ser colhidos os depoimentos à CPI dos Maquinários.
Em contrapartida, a bancada governista tenta emplacar três CPIs para investigar atos de João Emanuel. A idéia dos vereadores pró Palácio Alencastro é fazer funcionar duas CPIs do Processo Legislativo e uma CPI da Grilagem, com foco o período em que João Emanuel foi secretário de Habitação de Cuiabá.
