O agropecuarista Maurício Tonhá, o ‘Maurição da Água Boa’, teve seu nome colocado como pré-candidato ao governo de Mato Grosso para evitar que o Partido da República seja tratado como legenda de segunda linha, nas articulações para alianças e, principalmente, para “esquentar o banco” até que o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR) tome a decisão final. “É certo que o pré-candidato a governador do PR é o Maurição. E, por enquanto é isso e ponto final”, definiu o presidente estadual do PR, deputado federal Wellington Fagundes.
Todavia, 11 em cada 10 filiados do PR ainda confiam numa candidatura de Blairo Maggi ao Palácio Paiaguás. “Ninguém está convencido plenamente de sua desistência. É evidente que o presidente Wellington o quer fora do páreo, por interesse próprio, já que pretende concorrer ao Senado”, argumenta um prefeito republicano, com livre acesso na cozinha de Maggi.
O secretário geral do PR, deputado Emanuel Pinheiro, que percorreu dezenas de municípios reunindo os diretórios para manter viva a pré-candidatura de Maggi, agora defende Maurição. “Trata-se de um nome com envergadura política e cabedal para disputar o governo”, defende Pinheiro, mesmo reconhecendo que o novo pré-candidato não possui a capilaridade do ‘ex-rei da soja’.
Emanuel Pinheiro sustenta que a prioridade do partido é ter candidatura própria ao governo do Estado, nas eleições de 2014. Após a cúpula do partido insistir com Blairo Maggi, decidiu preparar um ‘plano B’, com Maurição da Água Boa.
Pinheiro avalia que ele foi o único do partido que se colocou à disposição para tocar o projeto majoritário do partido à sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB). Já o outro projeto do PR, que é a candidatura ao Senado do deputado federal Wellington Fagundes, não tem a mesma prioridade.
Pinheiro disse desconhecer uma possível articulação de Maggi que estaria pendendo para apoiar a candidatura de Pedro Taques (PDT) ao governo do Estado. “O PR não foi informado dessa articulação do Blairo para apoiar o Taques, porque não estamos discutindo apoio a Taques ou a qualquer candidato de outro partido”, provoca o secretário geral.
“Não há respaldo da direção do PR para isso. O que ficamos sabendo é que o Blairo avalizou, em reunião da Executiva, a pré-candidatura do Maurição ao governo”, define Pinheiro.
Todavia, o PR não está fechado para conversações com outras siglas. Nas últimas eleições, desde quando se chamava Partido Liberal (PL), o PR tem se mantido aliado ao PMDB e PT, entre outros.
