Tendo o governador Silval Barbosa (PMDB) como principal alvo e os empresários Valdinei de Souza e Wanderley Torres, como possível “efeito colateral”, a CPI da Trimec, requerida pelo deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), pode ir muito além do que o que pode ser visto a “olhos nu”.
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A iniciativa surgiu após vários deputados terem recebido um envelope pardo com cópias de um suposto esquema de favorecimento à empresa Trimec, para vencer licitações milionárias, tanto no governo de Mato Grosso quanto na Prefeitura de Cuiabá.
Dilmar Dal Bosco considera imprescindível que a Assembleia investigue os contratos da Trimec com o Estado. “É a empresa que ganha 60% das licitações para restaurar as rodovias mato-grossenses. E as nossas estradas estão muito ruins. Imagina então quando começar o período de chuvas”, critica Dal Bosco.
O deputado democrata afirma que a pressão das construtoras contribuiu decisivamente para o fim dos consórcios rodoviários. “E foi decisivo para a piora paulatina nas condições das rodovias estaduais”, denuncia. Ao lembrar que possui sete assinaturas em seu requerimento, faltando apenas uma para criar a CPI, Dal’Bosco revela que confia no apoio do PSD, que tem quatro deputados estaduais – Walter Rabello, Zé Domingos Fraga, Airton Português e José Riva, presidente afastado da Assembleia.
Riva nega que o PSD vá apoiar a CPI, mas confirma que os deputados estão propensos a investigar as denúncias anônimas que receberam. Ele negou que, pessoalmente, esteja apoiando a CPI da Trimec como forma de fazer contraponto à batalha que atinge o presidente da Câmara de Cuiabá, vereador João Emanuel Moreira Lima (PSD), seu genro, o qual enfrenta oposição dos vereadores do PMDB Haroldo Kuzai e Domingos Sávio. “Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A CPI é uma iniciativa do deputado Dilmar. E, mesmo assim, não possui as assinaturas necessárias”, justifica Riva.
Ao
Olhar Direto, Riva disse que embora não haja assinaturas e informações suficientes para abertura de uma CPI, requereu explicações à Secretaria de Transportes Urbanos e Pavimentação sobre as denúncias de medições superfaturadas, que também chegaramn à ele no mesmo envelope.
Nas denúncias anônimas, Wanderley Torres e Valdinei Souza são acusados de serem sócios do Silval Barbosa e do prefeito Mauro Mendes. Somente Valdinei de Souza aparece oficialmente como sócio do prefeito da Capital, em negócios de exploração mineral.
A reportagem do
Olhar Direto apurou que o empresário Antônio Barbosa, o ‘Toninho Barbosa’, irmão de Silval, também seria sócio de Valdiney e Wanderley, na Mineração Casa de Pedra e da Fazenda Juricaba, em Várzea Grande. Antes de ser prefeito de Matupá, deputado e governador, Silval era garimpeiro e, depois, dono de companhia mineradora.