Praticamente ‘descartado’ pelo PT, juiz federal Julier Sebastião da Silva, da Seção Judiciária de Mato Grosso, confirmou que deve disputar o pleito de 2014, provavelmente ao governo de Mato Grosso, mas sem descartar o Senado. Ele andou conversando com o ministro Aldo Rebelo, dos Esportes, deixando tácita a simpatia pelo convite do PCdoB, mas não esconde de ninguém que, pela estrutura, sua tendência é optar pelo PMDB.

Ministro confia que Julier vai se filiar ao PCdoB para ser candidato a governador e atrair PT e PMDB
Julier enfrenta resistências da base aliada e é praticamente carta fora do baralho

Se for disputar o governo do Estado, o PMDB seria o caminho natural, já que o Partido dos Trabalhadores, após colocar-lhe “faca o pescoço”, tornou o ambiente carregado. Ele confessou a amigos que ficou surpreso com a pressão petista, já que esteve filiado na agremiação em seu período de militância estudantil, no curso de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). É do domínio público que PT e PMDB são os mais robustos do arco de alianças da presidenta Dilma Rousseff (PR) e do governador Silval Barbosa (PMDB).

Júlier Sebastião confidenciou a amigos que deve sair da Justiça Federal em fevereiro de 2014. Em entrevista anterior à reportagem do Olhar Direto, já havia revelado que tomaria uma decisão até março. Ele requereu suas férias em dezembro de 2013 e janeiro de 2014, e dificilmente irá retomar suas atividades no Poder Judiciário.

O presidente do PCdoB estadual, Islan Galvão, disse que o convite tem aprovação do Comitê Central (Diretório Nacional) e Julier ficará à vontade para disputar o cargo que desejar. "É evidente que o PCdoB foi colocado à disposição do conjunto do projeto. E o ministro Aldo [Rebelo] reforço isso muito bem", emenda Islan Galvão.

Como ingressou na Magistratura após o advento da Constituição Federal de 1988 que completou 25 anos de promulgação em 2013, Julier Sebastião da Silval não tem o direito de se aposentar para buscar uma nova carreira, como era comum no passado. Desta forma, terá de pedir demissão e, inclusive, perder as mordomias do cargo – que não são poucas, se quiser realmente ser candidato. “É uma atitude de extrema coragem e muita determinação”, pontua o ministro Aldo Rebello.

O magistrado é considerado ‘reserva moral’ para a vida pública de Mato Grosso e, por isso, vem sendo assediado por muitos que desejam vê-lo participar das eleições, em 2014. Ele tem condições de obter sucesso nas urnas.

Desde a chegada do nome de Julier Sebastião da Silva existe um clima agitado no cenário eleitoral e ganhou reforço com a possibilidade de só se decidir quanto ao partido em abril de 2014, seis meses antes das eleições. Ele possui foro privilegiado, por ser membro do Judiciário. O magistrado assume, desta forma, condições de ampliar discussões e construir unidades para a disputa do governo ou Senado, até a definição do seu caminho, no próximo ano.

Nas últimas semanas, porém, Julier Sebastião da Silva continua se colocando como um magistrado. Pelo menos, por enquanto, tenta se manter distante de questões políticas e partidárias, apesar do assédio dos partidos políticos.