A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (25) a segunda parte da Parte da Operação Ararath e cumpre ao todo sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, na cidade de Cuiabá.
Segundo informações da Polícia Federal, a investigação tramita no TRF 1ª Região em razão do possível envolvimento de um magistrado nos crimes em apuração, os quais guardam relação com a Operação Ararath, deflagrada recentemente por ordem da Justiça Federal da Seção Judiciária do Mato Grosso.
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As investigações referentes à Operação Ararath prosseguem sob segredo de justiça. Os mandados foram expedidos no curso de inquérito judicial instaurado para apurar crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
A operação é comandada pelo delegado da seção de Crimes Financeiros da PF, Wilson Rodrigues de Souza Filho. Até o momento dois notebooks já foram apreendidos e as apreensões prosseguem.
A Operação
A operação Ararath foi deflagrada no dia 12 de novembro, quando a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão para coletar provas materiais e dar continuidade nas investigações de um suposto esquema de lavagem de dinheiro e agiotagem. Entre os locais “batidos” pela PF estavam a cobertura de luxo de Júnior Mendonça, no condomínio Maison Paris, em Cuiabá, e postos de combustíveis da rede Amazônia Petróleo, da qual ele é sócio.
Júnior Mendonça era sócio proprietário da factoring “Globo Fomento Mercantil”, empresa que, segundo a PF, foi usada como fachada para negócios de agiotagem e lavagem de dinheiro.
Todas as transações financeiras supostamente ilegais eram movimentadas através de contas da factoring e da rede Amazônia Petróleo. Por enquanto, as investigações detectaram a movimentação ilegal de R$ 500 milhões nos últimos seis anos, mas a quantia pode ser maior.
A defesa
O advogado Maurício Aude, responsável pela defesa de Júnior Mendonça, afirmou que seu cliente irá responder em juízo por todas as acusações e fez questão de salientar que “O ônus da prova cabe a acusação”. Em entrevista anterior, o advogado Murilo Silva Freire, responsável pela defesa do advogado do grupo Amazônia Petróleo, disse que não existem provas contra o seu cliente e que o próprio conteúdo das investigações inocenta Júnior Mendonça. Murilo Freire havia afirmado que seu cliente não fazia operações de fomento e, quando fazia, era em obediência à legislação vigente.
Envolovimento de magistrado
Olhar Direto já havia antecipado em primeira mão no último dia 21 (
veja aqui) que magistrados poderiam estar envolvidos no esquema apurado pela Polícia Federal. Uma das principais testemunhas do caso, a colunista social Kharina Nogueira, ex-esposa de Júnior Mendonça, em depoimento à PF afirmou que a Polícia Federal estaria encarando uma grande organização criminosa.
“Esse esquema é muito maior que a ‘Arca de Noé’”, disse a colunista social ao Olhar Direto, fazendo referência a operação deflagrada em 2002, pela Polícia Federal, que culminou com desmantelamento do crime organizado chefiado por João Arcanjo Ribeiro. A ação é lembrada como uma das maiores e mais bem sucedidas da história de Mato Grosso.
Atualizada às 10h06 e às 10h55.